domingo, 5 de maio de 2013

Nossa Pontuação.


Vírgulas, reticências, dois pontos, travessão, parei. Tava faltando ponto final, não tinha mais espaço pra nenhuma outra pontuação. Só cabia um ponto ali, não tinha mais desculpa que salvasse: verdade nua e crua que tava estampada na minha cara desde o início do fim da história. 

É que a gente se acostuma a querer manter o amor a todo custo, só que, quando começa a custar a própria felicidade, parou de ser amor. E a gente demora a perceber, sai enfiando vírgula onde não cabe, coloca travessão no meio da frase quando nem é fala do personagem. Erro de português, desacerto na vida, atraso no amor. Já tinha passado da hora de voltar com a gramática, logo eu que sempre gostei de escrever tudo certo tava deixando a minha própria história sujeita à reprovação. Chega, queria um amor fluente em português. Coloquei um ponto final, virei a página, fechei o livro e doei pra biblioteca, não quero mais. 

Dói colocar um fim no que você queria que fosse pra sempre, eu sei. Mas insistir no erro é errar duas vezes, aprendi errando mais de três. Mas aprendi e, o melhor, sobrevivi. Dei um tempo de ler e escrever livros de romance, to na onda da ação e aventura, com pontos finais na hora certa, bem mais prático: termino de ler e desapego. 

- Teca Florencio.

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