Vírgulas, reticências, dois pontos, travessão, parei. Tava faltando ponto final, não tinha mais espaço pra nenhuma outra pontuação. Só cabia um ponto ali, não tinha mais desculpa que salvasse: verdade nua e crua que tava estampada na minha cara desde o início do fim da história.
É que a gente se acostuma a querer manter o amor a todo custo, só que, quando começa a custar a própria felicidade, parou de ser amor. E a gente demora a perceber, sai enfiando vírgula onde não cabe, coloca travessão no meio da frase quando nem é fala do personagem. Erro de português, desacerto na vida, atraso no amor. Já tinha passado da hora de voltar com a gramática, logo eu que sempre gostei de escrever tudo certo tava deixando a minha própria história sujeita à reprovação. Chega, queria um amor fluente em português. Coloquei um ponto final, virei a página, fechei o livro e doei pra biblioteca, não quero mais.
Dói colocar um fim no que você queria que fosse pra sempre, eu sei. Mas insistir no erro é errar duas vezes, aprendi errando mais de três. Mas aprendi e, o melhor, sobrevivi. Dei um tempo de ler e escrever livros de romance, to na onda da ação e aventura, com pontos finais na hora certa, bem mais prático: termino de ler e desapego.
- Teca Florencio.
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