sábado, 18 de maio de 2013

Despertar.

O dia chegou bonito hoje. Não teve sol e vestidos coloridos, mas teve uma brisa, que não sendo fria, trouxe certo aconchego. Preparei uma roupa confortável, mas na verdade eu queria ficar enrolada no meu cobertor. Mas acordei. Alegre, sem estar feliz. Tranquila, sem estar completamente em paz. Há certa melodia em despertar. Mas veja bem, não estou sendo literal. Quando eu digo despertar, não é se levantar, escovar os dentes, tomar o café e ir trabalhar. Eu quis dizer enxergar, se tocar - cair a ficha, que seja. 

A verdade é que é meio mágico quando a gente se dá conta que a outra pessoa não nos quer. Claro que isso não acontece no dia seguinte, até porque no dia seguinte você vai estar esparramada na cama com a roupa de ontem e achando que isso NUNCA vai passar. Não. Essa descoberta demora, requer muitos cuidadozinhos e pessoinhas que vão te dizer que você é linda, que vão te dar colo e encher alguns bons copos de cerveja. 

Vão passar algumas semanas, talvez ele ligue, talvez você ligue. Talvez troquem mensagem, talvez troquem silêncio. Talvez não troquem nada - quem sabe até sumam. Talvez vocês estejam próximos e tenham que se ver todos os dias, talvez ignorar, fira. Talvez desviar, machuque, e fingir que não se importa venha a ser pior que indigestão no horário de almoço. 

E você tem preguiça de sair, tem preguiça de sorrir, tem preguiça de colocar uma roupa bonita. Tudo bem, você não precisa fingir um equilíbrio que não tem, mas precisa encontrar as formas que forem para se sentir melhor. 

A verdade é que existe um processo pra essa coisa toda. Existe mesmo. Mas eu não escrevo pra ensinar ninguém a fazê-lo. Nem eu mesma sei. Estou aqui pra falar sobre o alívio, pra falar sobre o desapego. Pra falar, por mais clichê que pareça, que nada nessa vida é NUNCA mais. Então, não se preocupe. Começa devagarinho. Aproveita que amanhã terá sol e você poderá vestir o teu melhor sorriso.

- Larissa Bottas.

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