quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Éramos.



'Éramos um em dois corpos. Às vezes, éramos três, sete ou quinze. Nos multiplicávamos a cada conversa. Ela me falava coisas sobre a natureza, Trindade e como o alcoolismo atrapalhou a sua convivência com seu pai. Eu falava sobre tatuagens, Caio Fernando Abreu e do meu lado carente em ter sido órfão cedo demais. A gente rimava. Podíamos passar dias conversando que sempre haviam novos assuntos para curar o tempo. Não importava a conversa - das tolas às sérias - a gente ria de qualquer forma.

Ficávamos trancafiados no quarto, geralmente. Saíamos para comer, vez em quando, e espalhávamos garrafas d’água para a hidratação momentânea. Nosso sexo era a prova de que a bíblia estava certa sobre o paraíso. Mas ao contrário do que eles dizem, descobrimos que são os pecados que nos levam até ele. A quis vestida apenas com sua pele e aquecida com seu suor mais perfumado. Queria ver e apreciar seu sorriso e sua virilha. A quis nua, crua. 

Depois de tantos campos minados, encontramos nosso paraíso mais bonito. Porque o amor é como praias desertas, aquelas bem escondidas que Deus faz questão de preservá-las. A gente precisava saber ultrapassar trilhas apertadas, pedregosas e subir as montanhas mais altas só para apreciar as águas mais bonitas.

Encontramos, mergulhamos e nos afogamos. Quis evitar e voltar atrás. Mas a gente escrevia poesia de mãos dadas. E fazíamos música com as bocas ali unidas. Pintávamos quadros de olhos fechados. E percebíamos que é amor quando invade a cabeça e transborda pela pele. E transbordou como um tsunami, através de discussões tolas e xingamentos desnecessários.

E a gente tentava ficar juntos – lado a lado – não querendo ficar sozinho, sem saber que solidão é um sentimento e não uma constatação física. Quando não deu mais pé, vi ou ouvi ela dizer que ia embora. Mas não me deu as costas. Me olhou com olhar de “tchau” e covardemente esperou eu me virar primeiro. Não fui. E continuo não indo. Quando a boca não transmite o que vem da mente, o corpo age pelo coração que ainda pulsa.'


- Hugo Rodrigues.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Amor de Verdade.



Mas o amor, o amor mesmo, o amor maduro, o amor bonito, o amor real, o amor sereno, o amor de verdade não é montanha-russa, não é perseguição, não é telefone desligado na cara, não é uma noite, não é espera. O amor é chegada. É encontro. É dia e noite. É dormir de conchinha. É acordar e fazer um carinho de bom dia. É ajuda, mãos dadas, conforto, apoio. E saco cheio, também. Porque de vez em quando o amor enche o saco. Tem rotina, tem manhã, tarde, noite, tem defeito, tem chatice, tem tempestade. Mas o céu sempre limpa. Porque o amor é puro como o azul do céu.

- Clarissa Corrêa.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Ano Novo.



Então, os dias passam e a promessa do novo se inicia. Listinha aqui, listinha ali, mais espumante para comemorar, roupa nova e branca, calcinha nova da cor do ano, simpatia para ter prosperidade, sete ondas se você está na praia, lentilha, lágrimas que chegam ao lembrar do que foi bom e ruim, abraços de feliz ano-novo, uma sensação de que, sim, as coisas vão melhorar. 

Eu gosto do ano-novo. Sei lá, me sinto viva. Acho que é o encerramento de um ciclo e o começo de outro. Pode ser apenas um símbolo, pode até não mudar nada, mas faz uma diferença enorme dentro de mim e na minha forma de enxergar as coisas. O ano-novo acho de alguma maneira traz mais esperança. É isso: é a esperança. Ela que nos move e nos faz acreditar que o amanhã pode, sim, ser mais colorido. E será. 

- Clarissa Corrêa.

Quero o Novo.



''Eu quero coisas 'diferentes', lugares diferentes, pessoas diferentes. Abraços novos, cheiros novos, sorrisos, ah, sorrisos novos. Quero um amigo novo, quero amar de novo. Novos ares, novas paisagens, novos sites, um assunto novo para as tardes chuvosas, novas agonias, novas preocupações - pelo menos alguma que valha a pena, notícias novas, músicas novas, fotos novas, eu quero olhares novos. Eu quero o novo, quero ter o novo, quero sonhar com o novo e sonhar de novo. Eu quero tudo novo, talvez uma vida nova, uma palavra nova, pode até ser uma antiga, para eu não esquecer quem sou em meio a tanta coisa nova. Eu quero viver o novo e viver de novo. Quero um livro novo, quero café novo e um acompanhante novo, quero você de novo.''

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sem explicação.


Existem coisas na vida que não tem explicaçao, não há livro de auto ajuda que ajude, amiga de melhores conselhos que resolva, colo de mae que ocupe aquela dor. Eu sempre procurei qualquer tipo de mudança em você, qualquer tipo de brecha que pudesse nos fazer dar certo, mas é certo que tem coisas na vida, que simplesmente nao acontecem. Procurei de todas as formas achar algo que pudesse curar essa dor, mas tem dores, que nada cura, ou melhor, quase nada. 

Porque você ao longo do tempo, se tornou um remédio para mim, é de você que eu lembro quando algo dói, é de você que eu lembro quando o riso solta. Foi de voce que eu sempre lembrei, do seu jeitinho encantador, porém, com seus defeitos. Defeitos os quais não permitiram que estivéssemos agora juntos. Defeitos que de certa forma me separaram de ti. 

Foi assim, sempre foi, seu orgulho sempre te locomoveu e o meu me fixou, e aqui estou. Escrevendo pra alguem que talvez nao lembre dos nossos defeitos. O que me dói, ou talvez console, é saber que nao deu certo na primeira, mas por ser ele, eu tentei pela segunda, terceira vez... Mas nada adiantou. 

Talvez exista um pedaço de destino em nossos caminhos, talvez um dia nossas vidinhas idealizadas se cruzem e tenhamos certeza de que nascemos para curarmos um ao defeito do outro.

-Juliana Sulzbach.

Inteira.



Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente. Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. 

Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte.

- Fernanda Mello.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Para O Próximo Ano





Tô de peito aberto, cabeça erguida, pé atrás. Acredito num ano de realizações, muito amor e sucesso, não por ter fé em 2013, mas por ter fé em mim. E esse ano, entre tantas lições, crises, lágrimas de dor e felicidade, me ensinou isso: Ser mais eu, ser completamente eu, transbordando mesmo, intensa mesmo e fica quem quer. Vai embora quem tem que ir. Vida que segue e, com toda certeza do mundo, aconteça o que acontecer, eu sobrevivo. Eu evoluo. Amadureço. Eu esqueço, mas aposto um doce que muita gente que me deixou escorrer pelas mãos, nunca vai esquecer de mim.

- Marcella Fernanda.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Para 2013.



No ano que se aproxima quero ser cheia, transbordar. Sem fazer planos. Sem inventar estatísticas. Sem confabular com os botões. Sem tentar entender e captar as entrelinhas. Sem ter metas. Sem colocar empecilhos para as minhas faces. Sem me boicotar. Sem me culpar. Sem querer explicações para tudo (tu-do!). Sem buscar respostas para as minhas dúvidas. Sem bolar teses malucas. Simplesmente relaxar. E aprender a me conhecer, afinal, não sou fácil. É impossível me resumir.

-  Clarissa Corrêa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Que O Amor Tira.


















O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazígua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas.

O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. 

E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. 

O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta.

- Marla de Queiroz.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Joelho Ralado.



Uma criança cai e chora alto até a mãe escutar, mas quando cresce e leva uma rasteira da vida, começa a chorar escondida e bem baixinho no escuro do quarto, pra não precisar explicar uma dor que aparentemente não corta, mas machuca bem mais do que um joelho ralado.

- Autor Desconhecido.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

No Fim Das Contas



Nunca tem roupa o suficiente, sapatos que combinem, maquiagem pra ocasião. Sempre falta o batom ideal, um pincel mais profissional, um cinto que faça toda a diferença. Você compra o vestido mais lindo do mundo e depois da segunda vez que usa, já tem certeza de que o mundo inteiro já te viu com ele e precisa urgente de um novo. A moda vem, a moda vai e acompanhar é quase um esporte. É de enlouquecer qualquer uma e do tipo de loucura que não tem fim. Repica o cabelo, pinta, faz franja, californiana, ombré hair, deixa crescer, volta à cor natural. Academia, dieta. E tudo isso pra quem? Tudo isso pra que? Pra ser melhor do que a menina que te olha torto, impressionar, pra não enjoar da imagem refletida no espelho, pra se sentir desejada pelos carinhas que se acham o máximo, mas são o mínimo. Se sentir melhor consigo mesma, talvez. 

Mas me diz, no final de tudo, no fim das contas, se sente mesmo? No dia seguinte da festa, depois do demaquilante, com o cabelo preso, essa é você. E ela é absurdamente linda, sem roupa enfeitada, sem forçar a barra, crua. Depois do banho, de cabelo ainda molhado, é o estado mais puro e sublime da beleza que quase todas insistem em esconder com quilos de pó corretivo e base. 

A triste verdade é que a gente passa a vida se maquiando, produzindo, mudando o cabelo e o guarda-roupa a todo instante, esperando pelo cara que ache tudo isso muito bonito, mas num domingo de tarde qualquer, te olhe de short, blusa branca e chinelo e confesse, meio sem jeito "Eu prefiro mil vezes você assim, de cara limpa".

- Marcella Fernanda.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Admiro.



Admiro as pessoas que são o que são. Falam alto nos bares. Beijam apaixonadamente. E contam as piores verdades do mundo. Sinceridade é afrodisíaco. Inteligência, também. Odeio rótulos vazios ou rótulas cansadas. Odeio moldes ou cabelos penteados. Arrumação demais é pra gente que tem tempo a perder. Eu não. Meu coração é um parque de diversões aberto vinte e quatro horas.

Hugo Rodrigues.

Tem Que Ser Você.


Amor novo :)
Se não fosse para ficarmos juntos, você teria encontrado outro cara por aí, numa festa, num bar ou no teu trabalho novo. Ou talvez, numa noite qualquer com aquelas tequilas que você adora, você ficaria bêbada demais para manter o pudor, transaria sem camisinha numa viela escura e um desconhecido passaria a ser o tal homem da tua vida e pai de um descuido eterno teu. Ou comigo, nessas tantas noites solitárias, talvez, uma pequena me oferecesse colo e uns carinhos na nuca e eu me apaixonaria pela sensação de paz que ela me passaria. 

Se não fosse para ficarmos juntos, minha ex-namorada não iria terminar comigo sem motivo algum no verão passado. Mas aconteceu assim. Cada dia, cada segundo, cada vírgula e cada passo nos trouxeram até hoje. Somos nós aqui, livres para sermos só nós. Cheios de carências e querências desse tempo sem ninguém. Eu ainda não tenho aquela tal certeza absoluta, mas você aspira ser o amor da minha vida. Tem que ser você.

- Hugo Rodrigues em: Mulheres, Malditas Maravilhas.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ela.





Ela é daquelas que mordem o canudo do refrigerante, os lábios inferiores e meus lóbulos da orelha quando tem vontade. Gargalha ironicamente quando eu tropeço ou coisa assim, mas se eu faço um drama qualquer, corre como uma mãe
 desesperada para saber se estou bem. Ela nunca aceitou casar comigo, mas desdenha de qualquer mulher que se aproxima de mim com interesses românticos. Ela se diz minha dona, mas vive num mundo só dela.

Ela não sabe chorar. Quando está feliz, gargalha um sorriso de doze metros e me engole como uma faminta tubarão fêmea. Quando está triste, sorri com os olhos me pedindo um cadinho de atenção, um carinho no cotovelo ou vinte centímetros do meu peito para ela repousar suas dúvidas. “Coloca aquela música pra tocar”, ela diz. “Ok, mas prometa lembrar de mim sempre que ela tocar por aí”, eu respondo.

Sempre que caminho ao norte para longe dela, que se direciona ao sul, basta um risinho daquela pequena ou uma piscadela barata de cílios que minhas pernas já mudam de direção. Meu coração volta correndo para seus domínios como um menino que estava tentando matar aula e foi pego pelo inspetor. Às vezes, até chego na beira da estrada, sinto um cheirinho de vida sozinha, mas quando a vejo me olhar de costas, com os cabelos tapando metade de seu rosto, fazendo com aquele indicador maldito ondas que me chupam para seu lado.

Depois que a conheci, desconheci todo o resto. Ela veio me dizendo “oi’ e eu já fui me despedindo de tudo o que eu era antes. Não deve ser amor. Mas tô em dívida com tristeza desde que ela chegou.


- Hugo Rodrigues

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sobre O Medo de Amar de Novo.



Olhando assim de longe, com olhos mirando o sorriso, a leveza dos passos acompanhando as horas, a delicadeza ao esconder a franja atrás da orelha, mal se sabe da bagagem muitas vezes pesada, que nos acompanha na travessia. O amor costuma deixar rastros, pegadas, marcas duras que sobrecarregam a singela malinha reformada em vivos tons florais que levamos no entrelaçar dos dedos, ao longo da vida. A gente pega tudo aquilo que um dia doeu, machucou, feriu, negligenciou, e coloca ali, naquela mala cheia de flores radiantes, que é pra lembrar que até na dor se consegue algum perfume.

Nos bares, na balada, no cinema, no jantar com as amigas, lá está ela, nossa doce pintura floral recheada de medos, receios, lágrimas, despedidas, resquícios de chegada, beijos que selaram partidas, a nos lembrar aquilo que os grandes poetas já previam, o amor pode vir  bem de mansinho a nos dilacerar de novo.

Penso nos passarinhos que nos cortejam com a sinfonia do amanhecer mesmo ainda de janelas fechadas, pois sabem que o dia chega para todos, mesmo que a noite seja um pouco mais longa para alguns.

E como as melhores coisas da vida, surgem assim, em acasos afortunados, a mocinha da padaria retribui seu sorriso na fila do pão, o cara do elevador resolve te auxiliar com os milhões de papéis ou simplesmente aquele gato/a da rede social da sua irmã te envia uma solicitação de amizade acompanhada de um convite para o jantar de quinta feira. É o amor pedindo passagem. É o amor com uma pá, uma vassoura e uma chave pra destrancar o cadeado dessa bagagem tão friamente lacrada a cada ida e vinda.

A mão se estende acompanhada de um inquestionável sorriso no olhar, mas logo o braço recua. É que dá um medo danado se apaixonar de novo. No meio de um monte de cacos, estilhaços, mágoas, dores, aparece alguém com uma “super cola”, um sorriso lindo e diz: levanta menina! Um milhão de decisões equivocadas, atitudes impensadas e impulsos desconexos passam pela nossa cabeça e você hesita. Hesita, porque cicatriz de amor é uma das coisas mais difíceis de se carregar na bagagem. Não tem roupa, cachecol, colar ou armadura que esconda a marca eterna daquilo que não ficou. E a iminência do amor, traz também muitas vezes, o presságio de uma nova ferida.

Daí a gente olha para o lado e tem a amiga traída pelo namorado, o rolo inconsistente da mesa ao lado, o beijo sem sentimento do cara balada, todos os sms não correspondidos e pensa: não seria emocionalmente mais prudente caminhar sozinha?!

De fato seria. Mas ai tem também aquela amiga radiante com os preparativos do casamento, o pedido inusitado de namoro de dois desconhecidos no corredor da faculdade, a troca de olhares amorosos do casal de amigos no bar, e todo o medo que motivava o receio some, como num doce passo de mágica. Os pequenos requintes de delicadeza como o gorjeio de um bem-te-vi pela manhã, nos fazem lembrar a parte mais importante do amor: aquela que não dói.

É verdade o que dizem por ai: amor é coisa de gente corajosa, amor é coisa de dois. Talvez por isso seja tão absurdamente difícil criar vínculos com alguém. Não basta haver oportunidade, tem que existir troca, predisposição. Tem que existir parceria. Aquela que você troca sua bagagem pela do outro por livre arbítrio e juntos, libertam para o mundo todas as pétalas mortas, daquela flor, que um dia foi um suave buquê. Ao invés de bagagens, mãos dadas. Ao invés de peso, leveza. O amor antes um pássaro engaiolado, agora, permite-se ser livre.

Penso nos passarinhos da janela, na saudação do bem-te-vi, em primeiras, segundas e terceiras chances, penso em passarinhar.
Se o passarinho vier: dê passagem, ofereça sua bagagem e abra os caminhos. Porque amor de verdade se a gente deixar, muda a vida da gente. Passarinhe, aninhe, ame por aí.

- Danielle Daian, Casal Sem Vergonha.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sinto Falta.



Sinto falta das flores no peito. Sinto falta de me permitir sentir mais. Sinto falta de esperar cartas, emails e ligações que realmente aconteciam. E se repetiam. Sinto falta de falar sem medo tudo que sinto, me arriscar junto com alguém que com certeza hoje em dia também sente falta disso tudo. 

Sinto falta da aventura, que por muitas vezes parecia loucura, mas era feita de coração. Sinto falta de querer ficar ao lado de alguém morrendo de medo do que pode acontecer amanhã, e assim permanecer, só para depois poder rir disso tudo. Acho que é isso. Sinto falta do medo. De quando era mais fácil, talvez mais banal e menos calculado. Era muito bom morrer de medo. E matar as minhas aflições recebendo palavras jogadas e uma promessa sincera de dia seguinte. Era tudo jogado, sem ser pensado, mas era sincero. 

Sinto falta do meu primeiro namoro, quando as coisas eram um turbilhão. Apelidos eram bregas, mas eram bonitos e gostosos de ouvir. Aquela não tão velha eu se permitia fazer parte disso tudo.  Não sei o que aconteceu ou em que desamor isso virou saudade. 

Sinto falta das flores no peito. Decepções murcham o coração.


- Marcella Brafman. Via: http://www.semcliche.com.br/site/as-flores/

Amor Tranquilo.



O melhor amor do mundo é o amor tranquilo. Aquele que não assusta, não te faz acordar no meio da madrugada, não deixa o coração na boca e nas mãos. O melhor amor do mundo é amar em paz.
Que me desculpem aqueles que gostam de emoção. Depois de uns anos e um pouquinho de experiência, a gente deixa o ciumes e a insegurança lá na paixão. A paixão é imatura e sabe lidar com os embaralhos do coração. O amor tranquilo é maduro e não aceita lidar com meninice.
Esqueçam os joguinhos. Falar e berrar nossos sentimentos fazem parte sim do melhor amor do mundo. Mas com a deliciosa diferença de se faz tudo isso junto. A gente também explode. Só que na mesma intensidade.
Amar em sintonia. Sem sufoco. O melhor amor do mundo aparece nas pequenas coisas. O amor tranquilo faz ler pensamentos. E o que ele tem de mais sincero é o andar de mãos dadas.
Eu faço um brinde a emoção que o melhor amor do mundo nos faz sentir. A de que haverá sempre a manha seguinte, o próximo beijo, os futuros planos. Tim-tim para a segurança de um coração tranquilo.


- Via: http://www.semcliche.com.br/site/um-brinde-ao-amor-tranquilo/

Eu, Modo de Usar



Pode invadir ou chegar com delicadeza,mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo que tenho o péssimo hábito de revidar.Acordo pela manhã com ótimo humor,mas permita que eu escove os dentes primeiro.



Toque muito em mim, principalmente nos cabelos. E minta sobre a minha nocauteante beleza.Tenha vida própria, me faça sentir saudades.Conte umas coisas que me façam rir, mas não conte piadas.Nem seja preconceituoso, não perca tempocultivando esse tipo de herança dos seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude.

Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e nas mentiras. Elas são raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar, e não me obedeça sempre, que eu também gosto de ser contrariada (então, fique comigo quando eu chorar, combinado?).

Seja mais forte que eu e menos altruísta. Não se vista tão bem, gosto de camisas pra fora da calça. Gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelo, os pelos no peito e um joelho esfolado. Você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade.

Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos,
seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate. Que isso é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.

Invente um papel pra você que ainda não tenha sido preenchido e o inverta às vezes, me enlouqueça uma vez por mês. Mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça e tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca.

Goste de música e de sexo, goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra missa, apresentar sua família, isso a gente vê depois, se calhar. Deixe eu dirigir seu carro, aquele carro que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto. Olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muita bobagem juntos. Não me conte seus segredos, me faça massagem nas costas.

Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções, me rapte. Se nada disso funcionar,experimente me amar.


- Martha Medeiros.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Carpe Diem - Filosofia de Vida.




'Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.
Ela resume o poema que a precede e no qual Horácio busca persuadir Leuconoe a aproveitar o momento presente e dele retirar todas as suas alegrias, sem se inquietar nem com o dia nem com a hora de sua morte.
Trata-se, portanto, de um hedonismo de ascese, uma busca de prazer ordenado, racional, que deve evitar todo desprazer e toda supremacia do prazer.' 

- Fonte: Wikipédia.

Essa é a minha filosofia. Curtir, aproveitar o momento enquanto ele acontece, é o melhor caminho que podemos seguir, diante da incerteza do amanhã. 

As pessoas tem a mania besta de se privar de certas coisas  com medo do amanhã. Porém, elas não se dão conta de que o amanhã pode não chegar. É como aquela frase: 'O problema de resistir à uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance.'

A minha dica é: se jogue! Aproveite enquanto é tempo. Enquanto somos jovens para virar a noite acordados e ir trabalhar no dia seguinte de manhã. Se jogue em um romance que  você não sabe se terá futuro. Caia de boca naquele brigadeiro que você está resistindo há dias. 

A felicidade é muito mais fácil de chegar para aqueles que não se preocupam tanto. Então deixe a preocupação de lado e pense: O que estou com vontade de fazer agora?

- Tatianna Reiniger Novaes.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

É Melhor.





É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada.

Do que ter um
a mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps.

Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa.
Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí?

Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade.

- Arnaldo Jabor.