segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Nossa Linha do Tempo.

Gosto de fechar os olhos e rever nossa história antes de dormir. Faço isso quase toda noite, ao invés de contar carneirinhos. Gosto de construir toda a linha do tempo, desde antes de você.

Engraçado pensar que eu vivi tantos anos sem te conhecer e fico tentando inutilmente imaginar se já não teríamos nos cruzado por alguma esquina dessa cidade caótica – quem sabe algum dia a gente se cruzou mesmo, no meio de tantos outros, enquanto eu descia e você subia aquela rua. Ou em alguma festa de um amigo em comum. Mas acabo sempre achando que não. Não deixaria um homem como você passar por mim e escapar ileso. Ou deixaria, pois com uma cruzada de olhares ficaria difícil adivinhar que você teria tudo aquilo pelo qual eu me apaixonaria.

E me apaixonei. Não uma ou duas vezes. Tenho vivido um estranho processo de me re-apaixonar. Acontece sempre que fico te olhando trabalhar concentrado em alguma ideia. Ou quando ri de mim e me chama de desastrada.

E nesse processo de construção da nossa história lembro de coisas engraçadas, como aquele dia que, com menos de um mês de namoro, você já não aguentava mais eu te acordar antes das 9 da manhã e soltou um: “Você vai ter que arrumar um namorado que curta acordar cedo“. E saiu pra tomar banho. E eu fiquei na cama, tentando digerir aquelas palavras e, principalmente, tentando entender como alguém que existia na minha vida há menos de 1 mês, podia importar tanto. E você voltou, enxugou o princípio de lágrima que eu me esforçava pra não deixar cair, me deu um beijo no nariz e pediu desculpas. E desse dia em diante, eu prometi que encontraria uma forma de te acordar de um jeito mais gostoso – adotei beijos matinais como despertador. Você nunca mais reclamou.

E teve também as longas conversas que me fizeram escolher outro caminho na vida, depois de enxergar que estava desperdiçando meu tempo e minha energia com algo que já não mais me fazia vibrar. A forma como você, sempre paciente, me ajudava nas crises existenciais, me fazendo perceber que a vida é curta e linda, e que temos que ter pressa porque ela passa rápido demais.

A nossa linha do tempo está recheada de muitas outras histórias como essas – volta e meia surge uma nova na memória e eu a revivo, detalhe por detalhe, pra ter certeza que não vou desperdiçar esses mini-presentes da vida. 

Hoje, analisando esses 1460 dias juntos, tento entender a razão de tanta compatibilidade e de tanta leveza e só consigo imaginar que nos completamos tanto porque somos dois inteiros e não duas metades em busca de uma tampa pra panela. É sempre tão bom estar com você porque temos plena consciência de que nada é eterno e que se quisermos que dure, precisamos cuidar todos os dias. 

Porque você consegue despertar o que há de melhor em mim e eu consigo despertar o que há de melhor em você, sem a pretensão de sermos donos um do outro – queremos, em vez disso, sermos eternos parceiros, enquanto a eternidade subjetiva da vida permitir. Dessa forma, nos orgulhamos de viver sem tabus, a beleza de um amor que não é dor.

- Jaque Barbosa, Adaptado.

Um comentário:

Lucas disse...

A cada dia que passa nosso amor se fortalece como se tivéssemos uma fonte inesgotável dele para distribuir para o outro e o mais incrível é descobrir que a fonte de tanto amor é a nossa própria relação!!! Vivemos cada dia como se fosse o último dia de convivência entre nós, todas as palavras pensadas são ditas e todo carinho é feito para que no amanhã tenhamos prazer de acordar e começar tudo novamente! Feliz um mês de namoro, você é o maior presente que o destino me ofertou!!!