quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Preciso de Algo.

Ando cheia de vazios ultimamente. Tentei comer alguma coisa, mas não era fome. Aí comecei a ler um livro, mas não era tédio. Tava precisando de alguém, só podia ser isso. Então fiquei com um cara, mas não era carência. Ou era tudo junto, não sei. 

Só sei que as coisas me enchem ou me faltam demais e eu não consigo achar um equilíbrio. Não tô dando conta de mim e ninguém mais dá também. Às vezes tenho um corpo, às vezes uma alma, mas nunca os dois. E pela metade assim não me basta, pouco nunca me roubou a solidão. 

Na cabeça passam mil filmes, tenho milhares de conversas comigo mesma todos os dias, ensaio falas que nunca são ditas, quase enlouqueço. Ou já enlouqueci. O coração vai batendo cansado, sem motivo pra acelerar. 

Talvez eu precise de alguém pra ocupar os pensamentos e todo o resto. Talvez eu só esteja em crise e precise melhorar minha relação comigo mesma, me conhecer mais a fundo. Ou conhecer novas pessoas, sair da rotina. 

Só sei que eu preciso de alguma coisa e preciso pra ontem. Me tira dos dias iguais, da medida de sempre, caminho de sempre, do nada. Me tira da linha, que eu sei o caminho de volta. Quem sabe eu volte em breve ou não volte mais.

- Marcella Fernanda.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Não Escrevo Pra Fugir.

 
Hoje enquanto tomava aquele meu café favorito e olhava as atualizações do facebook vi uma postagem com a seguinte frase: "Escrevo para fugir...", muitos que acompanham o blog sabem o quanto sou apaixonada por palavras. Seja lendo ou escrevendo, as palavras sempre estão comigo e sempre estiveram. Sempre acreditei na importância e na força de uma palavra bem ou mal colocada. 

Então como uma apaixonada também por escrever, fiquei com essa frase na cabeça enquanto tomava os últimos goles daquele café e comecei a me perguntar se eu também escrevia para fugir. Passei o dia pensando e repensando todas as teorias que essa pequena frase causou em mim, vendo novamente o poder que poucas palavras possuem sobre nós. Pensando em como uma simples frase pode ocupar seus pensamentos por um dia todo. 

Mas voltando ao foco principal dessa conversa: Eu escrevo para fugir?

Após um longo dia de reflexão, eu cheguei a conclusão que não, não escrevo para fugir. Escrevo para me encontrar.

Toda vez que deixo as palavras tomarem conta de mim e saírem como se tivessem vida própria é porque estou perdida. Estou lotada de sentimentos que já não consigo mais suportar. Lotada de sentimentos que fazem com que eu me perca no meu próprio caminho. E é escrevendo que eu encontro o caminho para casa. 

É escrevendo que consigo encontrar soluções e acabar com os problemas que muitas vezes eu mesma criei. É escrevendo que consigo jogar fora o que não mais preciso e deixar no passado o que tem que estar lá.

Só depois um bom texto eu entendo que aquele relacionamento acabou, que aquele reencontro não poderia mesmo dar certo ou que aquele sim realmente deveria ter sido dito. São através das palavras que eu encontro respostas, que eu organizo meus sentimentos. 

Escrever para mim é como chorar para muitos. É me esvaziar do que já não fazia mais sentido ser guardado. Escrever para mim, é achar a luz no final do túnel.

Não escrevo para fugir, escrevo para me encontrar.

- Bia Rodrigues, Adaptado

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Upgrade Emocional.

Alguns dizem que sou exigente. Eu discordo. Apenas não me contento com presença, cafuné e testosterona. Preciso daquele feeling que quase ou nunca aparece. O quê mágico que indica que lá vem problema. Aquelas palavras que engasgam, os pensamentos que se perdem, as mãos que se esfriam. 

Não dá pra prever esse tipo de coisa. Por isso é tolice enumerar as qualidades de meu futuro e hipotético pretendente. Não é assim que acontece e, no fundo, a gente sabe que só descobre na hora. Nos filmes que ele adora e você sequer ouviu falar, nas confusões que ele aninha, nos toques casuais que ele faz enquanto conversa. 

No fim, ele pode ser cult, ter uma ou duas tatuagens, curtir o Chico Buarque e sempre usar uma palavra nova. E ainda sim, nada. Você se esforça para sentir aquele upgrade emocional tão esperado e nem um pêlo do seu corpo levanta. Indiferença, um 'com licença' e até mais. 

Não adianta empurrar o coração, ele é um músculo involuntário, tem vida própria e adora tomar as rédeas nessa relação. Confie nele e se não der, ao menos tente. O cérebro intervém quando a situação fica preta - Ou pelo menos deveria. 

E se der errado, ainda sim deu certo. Amor é assim mesmo, esse dança das cadeiras, onde rodamos, rodamos, até que a música pare e seja a nossa vez de ocupar um espaço bonito na vida de alguém.

- Imeon Prates, Adaptado.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Simples Passos.

Ela, rangendo os dentes de raiva, desabafou: "Estou cansada. Minha vida anda, anda, anda e não anda nada". 

"Será?", pensei.

Pensei... E depois, entendi tudo! A vida é igual um avião cujo movimento é mais facilmente percebido por quem está fora.

E ela não havia percebido que, através de simples passos, ela já havia percorrido, com sucesso, incontáveis milhas. Afinal, na vida, cada segundo respirado é uma milha percorrida.

Ela era um Concorde e não concordava. 

- Ricardo Coiro.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Guardar Ou Desapegar?

Existem coisas que ficam gravadas na memória da gente: músicas. Cheiros. E roupas.

Não tem jeito. Você sente aquele cheiro e se lembra (na hora!) daquele abraço. Você ouve aquela música e volta mentalmente para aquele dia, naquela viagem... Você abre seu armário, vê aquela blusa e, instantaneamente, retorna dois anos, onde autografava seu primeiro livro. Ou dava aquele beijo que tinha o gosto do som dos Stones.  Existe coisa mais inesquecível que um beijo rock´n roll?.

É. A memória nos prega peças. E nos faz lembrar o que a gente não quer esquecer. E também o que fingimos que nunca existiu. Por isso, faço com os meus sentimentos o mesmo que faço com os meus armários. Ao arrumá-los, defino três caixas: Desapegar. Talvez. E guardar.

Para o que não tem preço e só nos faz bem, a regra é única e simples: a gente guarda, de preferência, com toda a delicadeza do mundo. Existem coisas que valem a pena. (Mesmo que, aos olhos dos outros, estejam fora de moda).

Com o que a gente tem dúvida – seja porque foi recente, a oferta estava incrível e agimos por impulso – a gente coloca no TALVEZ. E estipula um prazo para se resolver.  (Se a caixa do talvez crescer além da conta, lembre-se: colecionar incertezas só nos faz mal. Portanto, analise-se. E bote ordem na casa!).

Com o que não nos serve mais, não combina com quem somos ou, simplesmente, não nos traz nada de bom, a dica é uma só: desapegue sem remorsos. E deixe espaço para o novo entrar. Sem melancolias. Sem saudades. Sem medo de ver o vazio.

Pra mim, não existe exercício mais poderoso do que o de “deixar ir”. É difícil, mas faz um bem danado! Porque nos faz olhar pra dentro. Nos faz encarar quem somos. E, principalmente, nos faz enxergar que mudar é a única maneira de crescermos.

Portanto, ao arrumar suas inúmeras gavetinhas (de dentro e de fora), tenha em mente: Guarde o que é raro. Analise o que não está claro. Customize o que é caro. E dê adeus ao que parou de rimar faz tempo.

- Fernanda Mello.