domingo, 26 de junho de 2022

Sobre se descobrir e entender seus próprios limites.

 


Por muito tempo na minha vida, eu fui uma pessoa muito carente.


Sim, carente.


É estranho e um pouco constrangedor admitir isso, mas é verdade.


Por não ter tido muito carinho por parte da minha família - meus pais sempre foram muito exigentes e nunca foram de ficar elogiando muito (acredito que seja para ensinar a mim e aos meus irmãos a importância da humildade e de tentar sempre melhorar).. Quando eu encontrava um cara que me dava um MÍNIMO de carinho, eu ME ENTREGAVA.


E foi assim por muitos anos.


Até hoje, o meu instinto inicial diante de um carinho e de uma MIGALHA de atenção, é de querer me entregar de CORPO E ALMA àquela pessoa que, por muitas vezes, é uma COMPLETA ESTRANHA.


Já me magoei muito por isso. Já chorei litros e litros de lágrimas por caras que não eram tão legais assim, mas que, por me darem um MÍNIMO de atenção, faziam com que eu me sentisse especial e acreditasse que era ele o AMOR DA MINHA VIDA.


Ainda bem que a maturidade vem, né? E não só a maturidade. Foram várias sessões de terapia e muitas linhas escritas para me conhecer melhor e entender de onde vinha essa carência.. esse apego.


A partir do momento que eu ENTENDI, ficou mais fácil de CONTROLAR.


E hoje, apesar de ser ainda muito romântica e acreditar que ainda vou encontrar AQUELE cara que será o da MINHA VIDA, não fico mais achando que O AMOR DA MINHA VIDA é QUALQUER UM que me trate bem e exalte as minhas qualidades em um primeiro encontro, por exemplo.


Eu, hoje, consigo ter a maturidade e o discernimento de reconhecer pequenos detalhes que mostram se aquela pessoa é alguém que vale investir meu tempo e atenção.. Ou não.


E é TÃO gratificante perceber isso.


- Tatianna Reiniger.

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