quinta-feira, 30 de junho de 2022

Escrita que incomoda.

 


Por quase 20 anos, eu deixei todos os meus textos autorais guardados em segurança nas minhas milhões de agendas, dentro da minha mesinha de cabeceira.

Isso porque eu sabia que, no momento que eu começasse a expor pensamentos sinceros e lá do fundo do coração, junto com os elogios, viriam as críticas e os questionamentos. E seriam provenientes das pessoas que eu mais amo. 

Não é fácil ler verdades, que estavam tão bem guardadas na intimidade, começarem a ser expostas ao público - especialmente na internet. 

Mas, acima de tudo, eu falo da MINHA vida por aqui.

Se você já fez ou faz parte dela, acaba sendo inevitável que algum texto, pensamento ou reflexão respingue sobre você ou sobre o seu impacto em mim - seja ele pequeno (como um desconhecido que eu encontrei no metrô, que me fez refletir sobre algum assunto) ou grande (como minha família que teve significativa relevância na formação do meu caráter). 

Não importa o grau de importância. Você PODE e VAI SE INCOMODAR. 

Mas eu queria apenas deixar registrado que CADA palavra foi pensada com muito carinho e cuidado antes de ser publicada por aqui. 

E você, que está lendo isso, saiba que se eu escolhi falar sobre algo aqui, foi depois de MUITA reflexão e CERTEZA de que eu queria falar sobre determinado tema e da forma como abordei.


Porque o que não pode ser publicado, o que pode te prejudicar, te fazer mal e/ou te magoar.. Não se preocupe. Continuará bem guardado, em segurança, dentro da minha mesa de cabeceira..

Assim como eu fiz e continuo fazendo durante todos esses anos.

domingo, 26 de junho de 2022

Sobre se descobrir e entender seus próprios limites.

 


Por muito tempo na minha vida, eu fui uma pessoa muito carente.


Sim, carente.


É estranho e um pouco constrangedor admitir isso, mas é verdade.


Por não ter tido muito carinho por parte da minha família - meus pais sempre foram muito exigentes e nunca foram de ficar elogiando muito (acredito que seja para ensinar a mim e aos meus irmãos a importância da humildade e de tentar sempre melhorar).. Quando eu encontrava um cara que me dava um MÍNIMO de carinho, eu ME ENTREGAVA.


E foi assim por muitos anos.


Até hoje, o meu instinto inicial diante de um carinho e de uma MIGALHA de atenção, é de querer me entregar de CORPO E ALMA àquela pessoa que, por muitas vezes, é uma COMPLETA ESTRANHA.


Já me magoei muito por isso. Já chorei litros e litros de lágrimas por caras que não eram tão legais assim, mas que, por me darem um MÍNIMO de atenção, faziam com que eu me sentisse especial e acreditasse que era ele o AMOR DA MINHA VIDA.


Ainda bem que a maturidade vem, né? E não só a maturidade. Foram várias sessões de terapia e muitas linhas escritas para me conhecer melhor e entender de onde vinha essa carência.. esse apego.


A partir do momento que eu ENTENDI, ficou mais fácil de CONTROLAR.


E hoje, apesar de ser ainda muito romântica e acreditar que ainda vou encontrar AQUELE cara que será o da MINHA VIDA, não fico mais achando que O AMOR DA MINHA VIDA é QUALQUER UM que me trate bem e exalte as minhas qualidades em um primeiro encontro, por exemplo.


Eu, hoje, consigo ter a maturidade e o discernimento de reconhecer pequenos detalhes que mostram se aquela pessoa é alguém que vale investir meu tempo e atenção.. Ou não.


E é TÃO gratificante perceber isso.


- Tatianna Reiniger.