Parece que o bichinho da plenitude me
pegou de vez. Me aquietei, tranquilizei e simplesmente optei por tocar o barco,
independente do que está por vir. Uma sensação estranha, uma tranquilidade
sensata. O mundo pode desabar, mas meu coração não vai mesmo gritar.
Aprendi a ser mais segura
e menos inconstante, apesar de continuar intensa. Aprendi a respirar fundo e
tentar não dar importância. Aprendi que algumas pessoas vão querer me magoar,
aliás, vão se esforçar para isso, e eu por necessidade máxima vou precisar não
me importar. Não que isso seja fácil, mas mágoa e coração não combinam. Deixa
ir.
Coração manso não se apega a miudezas mundanas. Coração manso mora em alma
grande.
Hoje assumo, sem modéstia alguma que cresci, que amansei um coração
briguento e por vezes rabugento. Deixei histórias para trás, pessoas também. Me
perdoei e desculpei aqueles que sem nem perceber – e as vezes até percebendo –
que me faziam mal. Aprendi a relevar, a fechar a boca, a não contar planos,
vantagem ou números.
Parei de acreditar nas estatísticas e nos planos do
governo. Comecei a me ver como cidadã do mundo e não apenas moradora de uma
cidade chata.
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