quinta-feira, 30 de maio de 2013

Descubra Meus Arranhões.


Ao invés de reclamar do meu jeito ou me cobrar mais isso ou menos aquilo, procura saber meus motivos. Conta meus arranhões e descobre o porquê de cada um deles. Me diz se você, depois de entrar no mar e quase morrer afogado, vai sair mergulhando por aí em qualquer água. Liga pra quem me machucou e reclama com eles, ou agradece, porque hoje sou melhor. 

Cada entrega é menos intensa, até o dia em que não haverá mais entregas. E falta pouco, não sei se isso é ruim, mas eu prefiro. Prefiro continuar intocada até me deixar tocar quando realmente valer a pena. Não tenho medo de dor, só não quero dor por nada, não quero me acostumar e viciar nisso tudo. 

Quer me ensinar? Senta comigo, conversa, briga, sei lá. Mas não me fere por dentro, isso não. Teve tempo que eu não conseguia imaginar duas pessoas, depois de ter uma história, virarem dois estranhos, acenando um pro outro na rua, sem pararem pra se cumprimentar. 

Hoje eu faço isso, porque sou o contrário do que era: Entrar na minha vida é pra poucos, sair é pra quem quiser. Tudo é uma questão de ponto de vista, pode-se dizer que eu mudei. Eu prefiro dizer que, aos trancos e barrancos, aprendi.

- Marcella Fernanda.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não Quero A Pessoa Certa.

Eu não quero encontrar a pessoa certa, não, não mesmo. Quero que ela seja toda errada, toda torta, que venha na hora errada, que entre pela janela ao invés da porta, que chegue em uma data qualquer e sem aviso prévio, que venha despreparada ou chegue atrasada, mas que aos poucos não queira partir, não consiga ir embora. 

Não quero que ela me ame assim que me veja, talvez até que não vá com a minha cara, que me ache de repente superficialmente chata ou antiquada, mas que entenda que gostar ou não de alguém é algo que só depende da convivência e do “se permitir” conhecer ao outro. Não quero que ela veja minhas qualidades de pronto, nem que me ache incrível no primeiro encontro caso eu lhe arranque suspiros. Não, não quero. Quero sim é que descubra aos poucos o melhor de mim. 

Não quero que ela seja irresistível, daquelas pessoas que só de olhar dá vontade de engolir ou pôr no bolso. Não isso não. Eu quero é alguém a quem eu não queira resistir, com todas as coisas erradas e certas que ela possa ter. Que ela fale pouco, sonhe muito e me vire do avesso. Que ela seja menos do que espero, mais muito mais do que mereço. Não quero que ela seja super interessante, quero que ela tenha manias e erros irreparáveis e tudo isso a torne antes de tudo singular. Não quero a pessoa certa.

- Larissa Bottas.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Acabou a Saudade.


Hoje eu não sinto mais saudade de você. Não estou dizendo essas palavras para te atingir, me vingar ou fingir que não estou mais nem aí. Só não sinto mais saudade de você. 

Antes aquela saudade me consumia, fazia meus olhos encherem de lágrimas, fazia meu coração tremer. Hoje tudo isso passou. Procuro no passado o que me fez te querer tanto. Não acho. Você continua bonito, engraçado e sedutor. Mas não vejo mais graça nisso tudo. Não me abalo mais com tanto poder de sedução. 

O encanto acabou, a magia se partiu, Tudo ficou bem terminado aqui dentro. Isso antes me entristecia, hoje me deixa com olhar de paisagem. Não sinto nada. Nem seu cheiro sinto mais. Antes, fechava os olhos e conseguia sentir seu perfume. Passou. 

Meu Deus, eu achei que nunca ia passar! Pensei que meu sofrimento jamais teria fim. Mas teve. Um fim bonito. Um fim que não deixa nem saudade.


- Clarissa Corrêa.

Amor Sossegado.



Quero um amor sossegado. Alguém para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafuné, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor é uma amizade sem inveja. É um sonho com realidade. É uma realidade sem photoshop. O amor é um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silêncio que não incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. Não tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussão, divergências de opinião. Mas, acima de tudo, tem paciência. E vontade.

- Clarissa Corrêa.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Alguém Real.


Eu quero alguém real. Uma boa pessoa que entre na equação e que, talvez, nem complete todas as variáveis, mas que me faça sentir a pessoa mais especial do mundo. Que mexa comigo como os meus tipos perfeitos mexem em sonho, mas de verdade, de carne e osso, pra causar frio na barriga e arrepio. Alguém que pode ser o completo oposto do que a gente espera pra se apaixonar – e mesmo assim consegue fazer com que a gente se apaixone.
Eu agora quero tipos reais. Deixo os tipos perfeitos pras capas de revista e pros meus personagens preferidos de filmes, deixo pro ego satisfeito e pras noites de sono. Acordar mesmo, eu quero que seja ao lado de uma boa pessoa real.

domingo, 26 de maio de 2013

Intenso e Inesquecível.

Dê sorrisos sinceros, abraços apertados, olhares demorados. Dance sozinho na chuva. Grite alto sua felicidade. Cante no chuveiro. Diga o que vier na sua mente. Beije sempre como se fosse a última vez. Tudo aquilo que é intenso se torna inesquecível. Você nunca vai esquecer do dia em que passou uma tarde com sua melhor amiga em meio a risadas enquanto jogavam conversa fora, como se nada mais importasse. Só aquele momento. Pequenos momentos que de tão intensos, permanecem para sempre em nossas memórias.

Você nunca vai se esquecer daquele dia em que assistiu o pôr-do-sol ao lado dele. Duas pessoas. Silêncio. Pensamentos que se desejam. Olhos que não conseguem se manter afastados. Sorrisos que não precisam de motivos. Mãos que insistem em se encontrar. Pode ser que esse momento dure cinco minutos. Talvez dez. Mas em suas lembranças ele vai viver para sempre.

Você nunca vai esquecer dos dias em que deu risada até chorar. Dos dias em que correu na chuva. Dos dias em que chorou como se todos problemas fossem se resolver com lágrimas.Você nunca vai esquecer dos dias em que decidiu mudar o cabelo para mudar de vida. Dos dias em que tomou decisões para se arrepender logo depois. Dos dias em que gritou mesmo que ninguém escutasse. Das dolorosas despedidas. Dos encontros de alma que a vida trouxe. Você nunca vai esquecer.

Faça com que sua vida seja uma série de pequenos momentos. Coisas simples que nos fazem ficar com um sorriso no rosto por dias, meses, anos. Porque são esses pequenos momentos que nos fazem acreditar.


- Isabela Freitas.

A Culpa É Das Estrelas.

A Culpa É Das Estrelas, de John Green é um livro contagiante e surpreendente. Faz com que reflitamos sobre certos aspectos da vida, os quais nunca havíamos prestado atenção. Algumas frases marcaram a história, para mim:
  • Sem dor, como poderíamos reconhecer o prazer?
  • Seu livro tem um jeito de me dizer o que estou sentindo antes mesmo de eu sentir.
  • Eu me esforcei para olhar nos olhos dele, embora fossem tão lindos que eram quase impossíveis de encarar.
  • Você está tão ocupada sendo você mesma que não faz ideia do quão absolutamente sem igual você é.
  • Enquanto ele lia, me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora pra outra.
  • Ele gostava mesmo de mim. Talvez eu fosse um pouco narcisista e tal, mas quando percebi isso naquele momento, passei a gostar mais ainda dele.
  • Alguns infinitos são maiores que outros.
  • Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias enumerados, e sou muito grata por isso.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Um Cara Que Goste de Cultura.

Namore um cara que aprecie cultura. Namore um cara que tenha alguns livros, DVDs e quadros pelo quarto. Um cara que te ensine coisas novas, cite alguns autores que você nunca ouviu falar e te faça pesquisar algo no Google.

Você deve encontrá-lo em uma livraria ou em um show da banda de amigos em comum. Encostado no bar comprando uma cerveja ou observando os quadros. Esse cara tem a energia leve e é muito fácil pousar os olhos sobre ele sem querer. Escute-o contar sobre as suas viagens e pensamentos mais estranhos. Namorar um cara que goste de literatura, música e escrita é voar junto com ele. Esse cara tem a imaginação fértil e sonha em explorar o mundo. Você também. Só não tinha encontrado ainda alguém que acompanhe tão perfeitamente os seus passos.

Talvez ele goste de rock antigo, Los Hermanos ou é mais bossa nova. Ou seja um cara mais moderno e curta indie, dub. Esse cara já foi vocalista de uma banda, guitarrista de outra ou toca violão sozinho no quarto. Ele coleciona vinis e, independente do seu estilo musical, respeita o dos amigos e o seu. Cada momento vivido com esse cara vai te lembrar uma música. A história de vocês ficaria bonita no papel. Namorar um cara que aproveita a vida para explorar é viver um mundo totalmente novo.

Namore um cara que fique feliz em sentar com você no meio fio. Namore um cara que seja responsável, mas não se prenda totalmente aos planos. Ele sabe a importância do dinheiro e, por isso, aperfeiçoa cada vez mais a sua inteligência para que não passe dificuldades. E tão importante quanto a vida financeira, esse cara não deixa de lado sua vida pessoal. Ele vai te levar a lugares da sua cidade que você nem sabia da existência. Com esse cara, você vai assistir filmes que levarão a boas discussões por horas. Vai a exposições e festas estranhas. Ele quer ao lado uma mulher parceira. Não será difícil acompanhá-lo nesses programas legais.

A sinceridade faz parte da vida dele. Deixe-o livre. Ele precisa de espaço para criar. Entre de cabeça no seu mundo, sem esquecer do seu. Ele se orgulha dos livros e discos que tem. Cada objeto tem uma história por trás. Vocês vão sair pelo mundo explorando lugares que conheceram nos livros e filmes. Talvez ele faça uma música sobre o amor de vocês. Talvez um texto. E cite uma frase de algum poeta no meio de discussões.

Encontre um cara que goste de cultura, porque você merece. Você merece um homem que saiba puxar assunto e ser simpático com seus amigos na mesa do bar. Ele também vai vir com defeitos e algumas esquisitices. Pessoas inteligentes precisam de um lado triste que segure seu edifício inteiro. Ele pode não ser o homem mais bonito do mundo, mas tudo dentro dele dá gosto de apreciar. Namorar um cara culto é sair da zona de conforto. É a melhor forma de aprender e ensinar.

- Marcella Brafman.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ela Não Quer O Príncipe.


Ela não quer o príncipe, prefere o caçador, pois combina melhor com seu estilo de adrenalina. Não quer morar num castelo, quer é se ajeitar numa cama, ter alguém do lado pra dormir abraçada e se sentir segura disso. Troca um guarda roupa cheio de vestidos exuberantes por uma estante de livros pra vestir a imaginação. Ela não ambiciona o felizes para sempre, ser feliz no agora já a satisfaz. Ela não tem a delicadeza e bons modos de uma princesa, nem finge que tudo esta perfeito quando tudo está imperfeito, ela é desastrada, fala palavrão, é sincera, pois aprendeu com Pinóquio que o nariz cresce quando se mente. Ela não se espelha em clássicos, segue o descomunal, acha Fiona interessante, acredita que daria uma boa amiga e renderia bons papos. É irmãos Grimm, Charles Perrault, e seus outros companheiros, tenho uma notícia a dar: pelo que ela vê nos filmes e na vida real, os papéis agora andam se invertendo, a princesa agora é guerreira enquanto o príncipe dorme esperando pelo beijo.
- Natielle de Paula.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Passou.


É tão estranho quando passa. Quando aquele sentimento de que eu nunca ia achar alguém igual a você passa. Quando aquela agonia nada bonita no peito, que até chega a inspirar ou a despertar sérios motivos pra terapia, passa. Porque na troca desse sentimento meio triste, meio sozinho, de gostar de quem não gosta da gente, de sentir por quem recusou claramente ou por acidente, na troca disso tudo e no meio do turbilhão, a coisa para. Fica um buraco. Um buraco com tampa e um vazio diferente. Um vazio novo que a gente ainda não se acostumou, que tinha alguma coisa que preenchia antes e agora não tem, mas também não dói. É o vazio do que passou. E do nada eu percebo que você já não me incomoda tanto assim, que eu consigo acordar e passar por você sem ter um aperto, sem me sentir perdido, sem ter nó na garganta e uma crise de alergia pra disfarçar as mãos suando e o efeito da sua presença. Do nada passa e é tão estranho quando passa.
Eu achei que você nunca fosse passar. A gente sempre acha que vai demorar muito, ou que a atenção nunca mais vai desviar o foco de você, ou que a gente nunca vai conseguir mais engolir a saliva que fica presa na garganta em todas as vezes que você aparece com alguém, mas passa. Daí fica a saudade. Sabe aquela saudade gostosa que persiste, que a gente usa pra tentar sentir de novo enquanto faz todos aqueles testes de reação pra ver se você ainda incomoda? Saudade estranha essa. Nem é boa, nem é ruim. É persistente. Acho que é pra dar algum conforto nesse nó no peito que se desfez.
E há os que não conseguem desapegar dessa dor, desse sofrer-que-ainda-não-passou e guarda isso pra sempre. Porque se não bastasse perder – ou nem ter ganhado – você, agora eu também perco o nó que você me deu. Como se isso fosse uma companhia compensatória. Sofrer demais é amar pra quem precisa preencher algum vazio qualquer, mesmo que as formas não se encaixem e sempre sobre mais vazio dos outros lados. O vazio transborda. E essa gente um dia vai aprender que precisa deixar passar. Aprende também que, quando passa, a gente tem que ser forte também pra reconhecer que já foi. Bola pra frente. História nova quando a gente esbarrar por alguém que vai ficar ou passar também. Porque se a gente se apega… Ah, acaba num ciclo infinito. Dor-do-que-não-passou trocada por saudades de sentir dor. Tem gente que acha isso melhor do que cantar Socorro e imitar o Arnaldo Antunes. Eu prefiro acreditar que não.
Mas agora, falando especificamente de você, de você ter passado, e de eu nem ter percebido a despedida, foi um estranho-bom. Foi bom porque a gente sempre acha que vai precisar de alguém pra ocupar o lugar e nem sempre é assim. Um dia desses, a gente acorda e pronto, você passou. Um dia desses a gente nem se lembra mais do seu telefone. Dia desses a gente se esquece até dos seus gestos e acaba arrumando o armário sem dó nem piedade. Ah, tudo passa. Você passou e muita gente ainda vai passar. Eu mesmo já devo ter passado pra tanta gente e pra tanta gente que ainda nem esbarrou comigo ainda. Você passou e eu tô deixando você ir de vez. Sem me agarrar ao falso conforto da saudade que fica. Vai, pode ir, foi bom enquanto durou, mas eu já não preciso mais. Passou, passado. E fica até engraçado o jeito que a gente se pega vendo que o apego não tinha o menor fundamento e que tudo que a gente fez foi meio imbecil. Mas não foi em vão. Eu precisava ter feito de tudo, ter ouvido de tudo, ter comido de tudo, ter chorado de tudo, ter rido de tudo e mais um pouco pra você passar.
Pra essa gente que ainda não passou, espera um pouco. Um dia desses a coisa muda. Abre um vinho e põe pra tocar alguma música. De preferência alguma boa. “Você passa, eu acho graça. Nessa vida tudo passa e você também passou”. Cantarola e beberica comigo, baixinho ou no volume que achar necessário. “Dentre as flores, você era a mais bela, minha rosa amarela, que desfolhou, perdeu a cor”. E quando passar, deixa passar tudo de vez sem fechar a porta no meio do caminho.
Acredita em mim. Um dia passa. Comigo passou.

domingo, 19 de maio de 2013

Me Devolva.


Se quiser ir, vai. Mas primeiro me devolve, devolve todo o sentimento que eu te dei, as juras de amor, minhas noites de sonos mal dormidas, meus momentos de angustias quando você não estava por perto. Toda a minha saudade. Devolve cada palavra declarada, cada frase pronunciada, cada parágrafo cantado como aquelas cantigas trovadorescas. Cada texto entregue, cada vomitar de sentimento que eu derramei naqueles papéis almaço do meu caderninho velho que te dei como sinônimo do nosso amor, coloque tudo numa caixa e despache de volta. Só me devolve, por favor, não me deixe em metades, não me deixe incompleta assim. Devolve o pedaço de mim que deixei naquele dia da nossa ultima conversa e de um adeus definitivo.
Não tô me referindo aos presentes trocados. Esses você faz o que você quiser: joga fora, entrega na caridade ou fica como recordação de antigos amores. Os meus, vou doar, sei de pessoas que fariam bom uso deles sem saber o quão importante eles foram pra uma apaixonada qualquer e nem o quão foi machucada por quem os deu.
Quando peço que me devolva me refiro a sentimento, a mim, a tudo que eu criei de você. Só devolva me tudo aquilo que um dia te entreguei de mim e fiz de você dono disso. Dessa vez eu quero tudo meu de volta, cansei de perder pedaços de mim por ai, cansei de me perder de mim pra encontrar alguém. Eu sei que é falta de educação pedir o que se dá a alguém por livre espontânea vontade, mas nesse ponto eu tô sendo mal educada e te peço me devolva. 

Devolva-me, para que eu siga em paz, para que eu mude o roteiro, troque o disco, a música, o ritmo,o passo, a história e me refaça na melhor versão de mim. Me recomponha desse amor, me reinvente. Se for preciso monto uma nova coreografia, aprendo um novo ritmo, um novo passo, mas eu me quero de volta. Porque você me levou com você naquele dia que disse adeus ao nosso amor. Volta só pra me devolver, depois pode ir e não volta mais. Esqueça de todos os caminhos que te tragam até mim. Mas, por favor: Devolva-me.

Me Preencho de Mim Mesma.

Eu me envolvo fácil. São poucos com quem me identifico. Prefiro a solidão do que estar acompanhada de pessoas vazias. Me preencho de mim mesma. Não tropeço em ninguém. Não gosto de incomodar. 

Passo longe de gente sem alma. Não caio em ciladas. Já escutei muitas desculpas. Já decorei muitas falas. Sei de cor o que as pessoas vão dizer. Posso te conhecer só com um olhar. Se não sei procuro adivinhar. Quem realmente te quer fica do seu lado e quem não quer aceita ser abandonado. Falo a verdade, mas já contei mentiras. Admito, não sou fácil. Dificulto algumas coisas. Facilito simpatias. Gosto de gente que me arranca sorrisos em dias tristes. Gosto de gente que liga do nada e aparece sem hora marcada. 

Não me pergunte o que eu tenho quando estou prestes a chorar, dependendo da situação pode até piorar. São poucas as pessoas com quem posso contar. Não tenho reservas. Não gosto de segundas opções. Nem meias, nem metades. Comigo é tudo ou nada. É quente ou o frio. O morno não lava a minha alma e metades não completam os meus dias. 

Gosto de delicadezas. Olho no olho. Cara a cara e mãos dadas. Parar só se for para respirar. Sei bem onde piso. Algum passo alheio em falso, descarto a possibilidade de continuar. Não uso meu limite nas palavras. Uso sempre meu silêncio quando me sinto incomodada. 

Defeitos eu carrego muitos. Minha personalidade me define. Poucos ganham a minha confiança e quem perdeu até hoje não conseguiu achar. Posso até ser simpática com você, mas não sou muito generosa. Sei exatamente o que devo fazer. Faço errado por ser teimosa. Se for para terminar que seja com ponto final. Se for para começar, não uso parágrafo. Escrevo outra história.

Maíra Cintra.

sábado, 18 de maio de 2013

Detalhes.

Tem gente que acha que eu não sei, mas eu sei e muito. Disfarço bastante e engano mais ainda. Reparo em coisas mínimas que ninguém enxerga, leio gesticulações, sinto os olhares. Às vezes o que falam é exatamente o contrário do que querem dizer. Pouca gente nota, mas eu observo, sou realista. Os detalhes que ninguém percebe, em mim são tão gigantes que me tomam conta todos os dias.

- Maíra Cintra.

Despertar.

O dia chegou bonito hoje. Não teve sol e vestidos coloridos, mas teve uma brisa, que não sendo fria, trouxe certo aconchego. Preparei uma roupa confortável, mas na verdade eu queria ficar enrolada no meu cobertor. Mas acordei. Alegre, sem estar feliz. Tranquila, sem estar completamente em paz. Há certa melodia em despertar. Mas veja bem, não estou sendo literal. Quando eu digo despertar, não é se levantar, escovar os dentes, tomar o café e ir trabalhar. Eu quis dizer enxergar, se tocar - cair a ficha, que seja. 

A verdade é que é meio mágico quando a gente se dá conta que a outra pessoa não nos quer. Claro que isso não acontece no dia seguinte, até porque no dia seguinte você vai estar esparramada na cama com a roupa de ontem e achando que isso NUNCA vai passar. Não. Essa descoberta demora, requer muitos cuidadozinhos e pessoinhas que vão te dizer que você é linda, que vão te dar colo e encher alguns bons copos de cerveja. 

Vão passar algumas semanas, talvez ele ligue, talvez você ligue. Talvez troquem mensagem, talvez troquem silêncio. Talvez não troquem nada - quem sabe até sumam. Talvez vocês estejam próximos e tenham que se ver todos os dias, talvez ignorar, fira. Talvez desviar, machuque, e fingir que não se importa venha a ser pior que indigestão no horário de almoço. 

E você tem preguiça de sair, tem preguiça de sorrir, tem preguiça de colocar uma roupa bonita. Tudo bem, você não precisa fingir um equilíbrio que não tem, mas precisa encontrar as formas que forem para se sentir melhor. 

A verdade é que existe um processo pra essa coisa toda. Existe mesmo. Mas eu não escrevo pra ensinar ninguém a fazê-lo. Nem eu mesma sei. Estou aqui pra falar sobre o alívio, pra falar sobre o desapego. Pra falar, por mais clichê que pareça, que nada nessa vida é NUNCA mais. Então, não se preocupe. Começa devagarinho. Aproveita que amanhã terá sol e você poderá vestir o teu melhor sorriso.

- Larissa Bottas.

Saibas Ser.


Saibas, então, ser semeador do amor. Propagador do sorriso – daqueles largos que mostram até os sisos. E que o céu da tua boca seja estrelado como as noites do interior. Aproveite tudo o que vier em tua vida. Porque nesta viagem só de ida até quando se anda para trás está indo para frente.

O relógio corre e a vida encurta. Não fume cigarros. Não beba demais. Nem dê ouvidos aos velhos cansados como eu. Seja são sete dias da semana. Mas reserve algum tempo para fugir da racionalidade. Apaixone por si mesmo 24 horas por dias. Mas separe boa parte do amor próprio para espalhar ao mundo. Não dê flores. Mas tenha um jardim. E uns bichinhos.

Compre livros caros. Tenha carinhos raros. Tenha caminhos tortos. E caninos afiados. Não fale mal dos outros pelas costas. Critique-o com mais sabedoria do que quando for elogiá-lo. Elogio-o sempre quando for criticá-lo – nada está de todo mal. Esteja sempre perfumado, mas sem entupir o elevador. Vá de bicicleta. Suba de escada. Tenha orgulho dos teus pais e do teu país. Aprenda política para discutir com os políticos. 

Eduque teus filhos para que eles tomem suas próprias decisões. Tenha relógio, caneta e caderno de anotações sempre ao alcance. Ajude as pessoas quando elas caírem em tua frente. Dê lugar aos idosos e às mulheres em transportes públicos. Prefira teatros à boates. Mas se puder, vá nos dois.

Quando tiver insônia, veja filmes antigos na TV, escreva ou reze. Mas não fique na cama. Não desperdice teu tempo. Não gaste muito dinheiro com roupas. Nem com sapatos. Nem com cortes de cabelo. Aprenda uma língua estrangeira. Ou duas. Ou doze. Mas, primeiramente, domine o teu idioma nativo. Viaje o máximo que puder. Tire fotografias engraçadas e embaraçosas. Tenha uma música para a vida inteira. Vá a shows e grite como uma menininha.

Leve bombons num primeiro encontro. Elogie a roupa dela e o seu perfume. Mas não esqueça de notar nos brincos e nas sapatilhas. Não leve-a ao cinema. Leve-a à um café. Conversem. Depois, vá ao cinema. Pague a conta. Conheça o máximo de pessoas que puder. Mas confie em poucas. Arrume seu armário antes de procurar um amor. Arrume um emprego antes de procurar um amor. Arrume-se todo antes de procurar um amor. Case com a tua melhor amiga. Ou se torne o melhor amigo da tua esposa. Cale-se quando quiser xingá-la. Faça surpresas ao meio-dia. Compre vestidos em dias comuns. Tome o sorvete na mesma casquinha. Trabalhe mais do que deseja e menos do que suporta. Aproveite os caminhos de ida e de volta. Leia, planeje ou recupere teu sono.

Alimente-se bem nos dias de semana. Deixe sempre teu celular no silencioso. Lave as mãos sempre ao chegar em casa. Durma no sofá enquanto ainda é uma escolha. Acorde tarde enquanto ainda é uma escolha. Viva enquanto ainda é uma escolha. Toda dor pode ser suportada enquanto é ainda sentida.

- Hugo Rodrigues.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mudo.


Eu mudo de opinião, troco de casa, escolho outra roupa, calço sapatos antigos que eu esqueci de tê-los, altero fotos, opto por cores de esmaltes extravagantes, arrasto os móveis da sala, compro coisas inúteis com nota de cinquenta reais para ter dinheiro trocado, rasgo papéis guardados há anos, mudo meu gosto musical de mês em mês, ando por caminhos diferentes sempre que posso, esclareço e provoco minhas prioridades, desloco minhas preferências, mas uma coisa é certa: eu não mudo minha essência. Nessa transição toda, onde A mais B nunca é C, sempre há um pouquinho de mim, em cada escolha, em cada modificação. Gosto de me alterar sem desestruturar. Sem me perder. 

Não Dói Mais.


Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso. Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei. Ok, chorei. Mas pelo filme, e não por você. Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez.

- Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Oito Ou Oito Mil.


Eu sou intensa. Não sei ser de menos, amar um pouquinho ou sentir pela metade. Não consigo guardar palavras nos pensamentos ou fingir ser algo que não sou só para parecer normal. Aqui é alma, corpo e coração. É se jogar no abismo sem o receio de não ter ninguém lá embaixo esperando por mim. Quero tudo muito, agora, anda! Vê se não demora, porque também não gosto de esperar. Aqui é oito ou oito mil. Se for pra ser, que seja demais, intenso, dê frio na barriga. Que seja rápido, repentino, gostoso. Que me jogue na parede, puxe pelo cabelo e me leve para viajar no dia seguinte. Que seja algo surreal, que dê borboletas no estômago e me deixe querendo mais. Que seja faísca, fogo, incêndio. Que seja um amor gritante, insano e completamente, único. Mas se não puder ser tudo isso, que seja um nada. Que vá embora da minha vida antes mesmo de cruzar a soleira da porta. Gosto que me transbordem, e não apenas acrescentem.

Nós que somos intensos temos dois caminhos a seguir: o caminho mais fácil e o caminho mais difícil. O caminho mais fácil é o que escolhi desde o início, o desapego. Se é para ser tudo ou nada, que seja logo o nada. Que seja o desapego, a liberdade, a leveza de ser sozinho. Que seja o aprender do caminhar sem mãos dadas, o equilibrar sem apoio, o sorrir sem motivo. Que seja a valorização do eu, a preservação do coração, a armadura que previne o cupido. Que seja sozinho, mas que seja feliz. Se for pra ter um pouco, que não tenha nada.


E qual o caminho mais difícil? Ora, vocês já devem saber. A segunda estrada nos leva ao amor, ao tudo, ao intenso. Só os corajosos tem armas suficientes para combater os inimigos invisíveis que insistem em assombrar esse caminho tortuoso e sem volta. Agora vocês me entendem melhor? Se comigo é tudo ou nada, estou esperando alguém que mereça o meu ''tudo''. Alguém que me ensine a voar, cure o meu medo de altura, me dê as mãos. Alguém que não se importe com meu passado, sare as feridas, remende o coração. Alguém que assim como eu, se protegeu tempo demais, e agora vai se permitir viver - pela primeira vez.

Então não é que eu não acredite no amor. Eu acredito, e muito. E é exatamente por acreditar demais, que eu não posso me permitir vivê-lo assim tão intensamente com qualquer um que ofereça um abraço caloroso.

Um dia, tenho certeza de que o desapego se tornará um grande amor, e assim como tudo na minha vida, vou viver intensamente até o último minuto com um sorriso no rosto e com a certeza de que essa vai ser uma história de tirar o fôlego. E se possível, que o nosso primeiro beijo seja debaixo de chuva.


- Isabela Freitas.

domingo, 5 de maio de 2013

Nossa Pontuação.


Vírgulas, reticências, dois pontos, travessão, parei. Tava faltando ponto final, não tinha mais espaço pra nenhuma outra pontuação. Só cabia um ponto ali, não tinha mais desculpa que salvasse: verdade nua e crua que tava estampada na minha cara desde o início do fim da história. 

É que a gente se acostuma a querer manter o amor a todo custo, só que, quando começa a custar a própria felicidade, parou de ser amor. E a gente demora a perceber, sai enfiando vírgula onde não cabe, coloca travessão no meio da frase quando nem é fala do personagem. Erro de português, desacerto na vida, atraso no amor. Já tinha passado da hora de voltar com a gramática, logo eu que sempre gostei de escrever tudo certo tava deixando a minha própria história sujeita à reprovação. Chega, queria um amor fluente em português. Coloquei um ponto final, virei a página, fechei o livro e doei pra biblioteca, não quero mais. 

Dói colocar um fim no que você queria que fosse pra sempre, eu sei. Mas insistir no erro é errar duas vezes, aprendi errando mais de três. Mas aprendi e, o melhor, sobrevivi. Dei um tempo de ler e escrever livros de romance, to na onda da ação e aventura, com pontos finais na hora certa, bem mais prático: termino de ler e desapego. 

- Teca Florencio.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Gosto dos Que.


Eu gosto de pessoas que olham devagar. Que escutam com atenção. Que fazem do abraço um cumprimento e do sorriso um diálogo. Gosto de quem anda do meu lado sem pedir licença. De quem me estende a mão sem que eu esteja no chão. Gosto de quem me tira do tédio e me devolve a paz. Gosto de quem me pergunta quem eu sou e não o que eu tenho. 

Gosto de quem fala com carinho e escuta com vontade. Gosto de quem estende uma boa conversa e encurta um drama. Gosto de pessoas que gostam pessoas, de verdade. Que respeitam as diferenças e que compreendem as minhas necessidades. Gosto de pessoas que entendem as minhas lágrimas, mesmo sem saber por qual motivo elas caem. 

Onde O Amor Se Esconde.


Amor se esconde em verbos, em credos, em acordes e tons debochados. Amor se esconde em barba, em discos antigos, em abraços tímidos e sorriso magro. Amor se esconde em olheiras, em pele macia, em inconstâncias e intolerâncias. Amor se esconde em defeitos, em trejeitos, em afetos e acomodações. 

Amor se esconde em pupilas, cafés, em lembranças e saudades. Amor se esconde em livros, em pelúcias, em casacos e poemas. Amor se esconde em desajeitos, em irritação, em bobagens e descaso. Amor se esconde em cansaços, em silêncios, em gritos e sussurros. Amor se esconde na gente, moço, e a gente quase não consegue enxergar que ele dorme na nossa cabeceira. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A Carta.


Desde que ele pedira o endereço dela, numa noite meio que sem importância perdida no calendário, o carteiro passou a perceber que os olhos agora se esticavam para ver sua chegada. Abria a caixa, deixava o que tinha para deixar e logo via a cara de decepção da moça ao perceber que a tão esperada carta não chegava. Estranhava tanto tempo ter se passado e nada de receber as palavras dela.

Antes de dormir, ficava imaginando todos os perrengues que o envelope passaria para pousar em suas mãos. A viagem seria exaustiva, mas, ainda assim, conseguiria cumprir sua jornada e traria todo o sentimento que ali depositara. Sonhava com o que escreveria, como terminaria, o que colocaria junto da carta. Ele era criativo, lembrava, e logo voltava a fitar a caixa de correio.

Estranho era viver num mundo digital e esperar por algo físico, mas que seria facilmente traduzido num e-mail. Era mais simples, com certeza, mandar uma mensagem. Perdia o romantismo, pensou. Sorriu tentando se ver numa época diferente, se comunicando apenas por escritos e como seria a agonia da espera em ler mal traçadas linhas no papel. Nasceu no tempo errado, provavelmente.

Desde que escrevera ele avisara que ficaria em silêncio. O contato virtual que mantinham foi cortado para que, durante aqueles dias, pudessem experimentar a sensação da expectativa. Ela de receber, ele dela ler. Nem pareciam que estavam tão longe assim. Sempre tinham uma mensagem, um vídeo ao alcance. Se viam, mas a saudade aumentava. Não poder tocar e abraçar quem se ama é um tormento.

Num dia desses, ela saiu pulando depois de encontrar o carteiro. Não conseguiu nem conter a euforia e voltar para casa. Ali mesmo, do lado de fora de casa, abriu envelope e retirou as folhas. Devorou as linhas. Os contados dias de espera tinham valido à pena. Conseguiu pensar numa resposta e correu para escrever. O sorriso passou pela sala, subiu pelo quarto e se sentou à mesa. As mãos trabalhavam furiosamente.

Mandou uma mensagem agradecendo. Aquela expectativa tinha sido ótima. Adorara a experiência. Ficou relendo a carta por horas e horas. A saudade aumentara, mesmo sentindo que ele estava mais perto com a letra dele bem na sua frente. Cumprida a jornada, olhava pro papel e agora tinha certeza que a longa viagem valera. E pensou em como é gostoso receber alguma coisa de quem a gente ama.


- Gustavo Lacombe.

Livros Demais.


O problema, garoto, é que já li livros demais. Mergulhei em milhares de linhas recheadas de contos de fadas, de amores impossíveis, de aventuras infinitas, de sonhos alcançáveis, de suspiros, de lágrimas torrenciais. Eu li casos impossíveis, vi quem amava sem ser correspondido e comia as páginas torcendo para que o fim do personagem fosse aquele que todo leitor quer, mas que o autor judia. Vi gente caminhando de mãos dadas, mesmo o destino querendo impedir. Li vampiros românticos, amor vencendo a diferença de idades, amor juvenil, infantil e inocente. 

Chorei debaixo das cobertas, com o celular ligado pra ler as frases que borravam à medida que os olhos enchiam e sorri depois, por ser tão boba. E depois, mais boba ainda, voltava a ler o mesmo velho livro e me via chorando nas mesmas conhecidas partes e, irrisoriamente, desejando um final diferente. Mais feliz. 

Sei lá, garoto. Eu tenho em mim imagens de lugares que nunca pisei e saudade de pessoas que nunca vi, mas que conheci o mais íntimo, os segredos, os medos, os desejos, tudo ali, impressos num pedaço de papel que – caramba! – como tenho ciúmes. De todas as folhas, de todos os capítulos, de todo ponto final. Final, garoto. Infelizmente, todo livro tem um final. 

Todo personagem termina no final, mesmo ficando pra sempre aqui do lado de dentro, seja na memória, seja no peito. Sabia? Tem personagem que amo, como Rudy – o menino de cabelo cor de limão – o Ed Kennedy, o Mensageiro azarado de carisma imenso e três bruxinhos que cresceram junto comigo. 

Então, garoto, não venha me dizer que contos de fadas não existem, porque eu já li livros demais. E quando se lê livros demais a realidade difunde na ficção e os sonhos se misturam com o que vi ao vivo, o que vi lendo e tudo vira saudade: do que li, do que fui quando li e do que quero ser quando ler de novo.


- Maria Fernanda Probst.

Amor Novo.


O amor era novo. Depois de três bons encontros, era a primeira vez que ligava e dizia que estava com saudade. Já tinha até citado a falta que ela fazia pra ele, mas ainda era um sentimento em formação. 

Sabendo que o relacionamento ainda teria muito que amadurecer, decidiu não supervalorizar aquilo, mas não podia ignorar. Telefonou e contou que não via a hora de vê-la novamente. Do outro lado da linha, entre os sorrisos da atendente, estava a certeza de que promessa dele se cumpria. Se der saudade eu ligo, dizia. 

Era o início ainda, mas não há como discordar que um dos melhores sabores da vida é esse do namoro no comecinho.

- Gustavo Lacombe.

Rotina de Permanências.


Talvez eu precise mesmo de um tempo sozinha, moço. São tantos amores pra colocar no lugar. Quero que volte logo, que não se demore por onde quer que ande. 

Quero que faça festa quando chegar, que traga o brilho dos meus olhos num abraço e que não só devolva o meu coração à estante, mas deposite o teu ao lado. Pra gente fugir dessa rotina de idas e voltas e criar uma rotina de permanências.

- O Moço e o Ócio.