domingo, 28 de abril de 2013

Tenho Preferência.


Tenho preferência por beijos que me tomam o ar, minutos que não vejo passar, amizades que parecem não gastar, sorrisos que fiquem até que doam a boca, vontades que se saciem, mas permaneçam loucas. Por uma vida que passe justa e boa, mas mesmo assim, pareça pouca. Tenho preferência por ser feliz o tanto que couber na felicidade.

- G. Lacombe.

Em Paz.


Eu estou em paz, sabe? Não guardo raiva, nem rancor e nenhum sentimento de vingança. Não guardo nada que não me acrescenta como pessoa e nem perco tempo com o que não me faz crescer espiritualmente. 

Mas estou seletiva. Escolhendo muito bem onde piso, com quem me relaciono, retirando os excessos de falsidades no meu ciclo de convivência. Decorando cada palavra, cada promessa que me fazem. Mas não sou de ficar cobrando atitudes de gente sem vontade. Basta uma mentira ou qualquer outro tipo de traição e você nunca mais irá saber da minha existência.

Maíra Cintra.

Talvez.


Talvez eu tenha me entregado rápido demais, tenha te desejado demais. Talvez eu devesse ter dado menos sorrisos, contado menos sobre minha vida ou até demorado pra responder suas mensagens de madrugada. Talvez eu tenha queimado a largada, sem fazer joguinhos ou qualquer outro artifício pra te ter ao meu lado. Talvez eu tenha sido uma boba apaixonada, talvez meus olhos tenham brilhado mais do que o comum e as palavras tenham me faltado. Talvez você seja o certo, talvez não. Talvez isso seja amor, paixão, ou só um romance que dura apenas 2 horas. Talvez eu devesse ter dito que não estava pronta para um relacionamento sério. 

Talvez eu não devesse ter usado rabo de cavalo e penteado os cabelos como todas garotas costumam fazer. Talvez eu devesse ter usado um vestido rosa e não uma regata branca. Talvez eu devesse ter feito você querer mais, sempre mais. Devesse ter te deixado com vontade e não saciado. Talvez seria certo não atender sua ligação ao primeiro toque. Talvez eu não devesse ter te apresentado aos meus pais no primeiro mês ou feito amizade com sua mãe na fila do supermercado. Talvez eu não devesse ter tomado aquelas taças de vinhos e dito o quanto você era incrível. É, talvez. 


Talvez eu tenha pulado etapas, deixado que o sentimento me dominasse, ignorado meu cérebro dizendo o que fazer. Talvez eu devesse ter assistido menos filmes de comédia romântica, lido menos livros do Nicholas Sparks. Talvez eu não devesse ter depositado todas minhas esperanças em você, talvez eu nem devesse ter alguma esperança. Mas todos nós temos nossas fraquezas, e a minha foi você. 


Eu não me contive, como uma criança inocente me deixei levar pelo momento, pelo seu sorriso e pela sua influência. Mas quer saber? Não me arrependo. Quantas pessoas você já perdeu por que teve medo de se entregar? Não tenha medo de cair de cara no chão. Aquele cai ainda pode se levantar. E bem mais forte.


- Isabela Freitas.

sábado, 27 de abril de 2013

Ficar Sozinho.



Uma das melhores coisas do mundo é ficar sozinho. Você, no seu canto, ouvindo suas músicas preferidas no volume que quiser e lendo seu livro preferido. Você, com a casa arrumada ou bagunçada. Você, com uma roupa linda ou vestida de mendiga. Você, de salto alto ou pé no chão. Tanto faz, o importante é estar com você, só você.

- Tati Bernardi, Adaptado.

Me Liga.

Me liga quando o sorriso não tiver cabendo no rosto e você quiser compartilhar com alguém o riso e os lábios. Liga pra dizer que tá meio tarde e você não tem onde ficar e pergunta se pode cair lá em casa. Sempre tem espaço pra você mesmo que não haja espaço pra nós dois no mesmo lugar. Sempre tem um pouco de mim deixando você chegar pra me provar que a vida é maravilhosa, como você diz. Me liga, mesmo que seja pra me acordar. Eu juro que não fico bravo com a tua voz – e não fico mesmo. Me liga pra ficar em silêncio e cair em prantos soluçantes… É que o teu choro é mais gostoso que a chuva caindo lá fora e eu prefiro te ouvir falando dele a passar a noite sozinho.

Me liga mesmo que não for pra me pedir abrigo. Ou pra brigar comigo por não ter aparecido no seu aniversário. Eu costumo mandar os presentes por correio porque não ia aguentar ver aquele agradecimento sinceramente amigável brotando do seu rosto. Liga e eu te apresento um amigo. Alguém muito melhor que eu enquanto eu morro por dentro de ciúmes de você. Enquanto eu fico parado, numa mesa de bar, ouvindo os seus mundos colidirem. O meu mundo se destroça e você nem sabe disso. Nem sabe que toda a minha angústia é por conta dessa confusão toda que você provoca em mim. E eu continuo te apresentando a homens melhores, romances menores e sou sempre o último a ficar aqui por você. Dentro do carro. Sozinho. Ouvindo alguma balada numa estação de rádio que poderia ser a nossa se você não preferisse pronomes pessoais de terceira pessoa. Me liga pra eu me autossabotar mais um pouco e jogar você pra mais alguém que não seja eu. Porque eu gosto de ser triste – ou porque eu tenho um medo gigante de perder você ao admitir que sem você a casa é fria.
Me liga pra eu escrever alguma coisa. Num papel de pão mesmo. Ou num post-it da tua geladeira. Eu passo de manhã e levo geleia de morango e leite desnatado. Eu já tenho a chave que menos me importa mesmo. Liga e diz que vai embora. E que não vê a hora de se despedir. Me liga, mas não vem com beijo na testa. Não me interessa. Eu só queria você aqui. Vem um dia desses e diz que quer uma revolução na tua vida. E olha direito – porque eu acho que os seus óculos ficam sempre embaçados quando você tá comigo, e só isso explica o porquê de você não me ver. Podia ser eu e você nunca vai saber disso. Pra ti eu sou o porto seguro em cada estação. Até quando eu for embora. Sem nem dizer a hora. Sem nem dizer o porto e sem nem dizer que eu vou me afogar depois de algumas centenas de metros rasos longe de você. Me liga e pede – de verdade – pra cuidar de você. Com pressa. Sem essa de que você tem muito a perder se tirar os pés do chão comigo.
Me liga e me diz que eu sou o amor da tua vida. Que tu acordou hoje e percebeu que esse tempo todo sou eu ali do lado, mendigando amor e um pouco de atenção. Liga e diz que encontrou as fitas, os vídeos, os livros e tudo mais que eu te dei porque me lembravam você. Liga e diz que não tem mais briga, nem lamento, nem história nenhuma com eles que eu tenha que ouvir. Me liga pra dizer que passa aqui de manhã cedo e que vai me acordar com um beijo pra me espantar da solidão.

Mulher Interessante.


A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos e uma malícia que inquieta a todos quando sorri.

As pessoas se questionam. O que é que essa mulher tem?! Ela tem algo. Pronome indefinido: algo. Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas.


- Martha Medeiros.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Voltei.



Eu voltei, cansada do mundo, com olheiras fundas, roupas surradas e um coração mastigado. Voltei pra ver se você ainda estava lá, de braços abertos e riso folgado pra me receber. E estava. Curando a saudade dentro de algumas cervejas e alguns poemas que esqueci embaixo da cama.

Sinto tanto por esses desencontros, moço, por essa eterna falta e sobra de sentimento que às vezes nos rondam. Você sendo sempre o copo d’água e eu essa eterna tempestade, que estraga tudo, que transborda tudo. Somos pura contradição, somos antônimos que carregam os sinônimos do amor. Somos tão errados um pro outro, que no fim de tudo acabamos certos e tolos. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Que Passou.


Hoje paro pra pensar em tudo que já passou. Tantos amigos, tantos momentos, tantas lembranças. O que era essencial há poucos meses, hoje já nem faz tanta falta. Pessoas que estão na minha vida hoje, há poucos meses, eu nem imaginava encontrar.

A vida é um eterno ciclo. Quando ela se transforma, nos assustamos. Porém, quando paramos para olhar em volta e refletir, percebemos que o que mudou, realmente tinha que mudar. Quem foi embora, realmente tinha que ir. E quem ficou do nosso lado, nunca vai sair.

- Tatianna Reiniger.

domingo, 21 de abril de 2013

Segurança Ou Você.


Tenho tudo que eu queria, de quem eu não queria. Tenho um que vale por dois, e outro que vale por menos um. E vou deixar você adivinhar qual deles eu quero. Eu tenho atenção, carinho, proteção, nada me falta. Pelo contrário, me sobra. Mas nada disso me basta porque não vem de você. 

Tudo isso me cansa porque eu não posso descansar no teu peito e ouvir você dizer que me ama, pra eu poder dormir em paz. Eu poderia ser sua, era só você pedir. E me garantir que ia cuidar bem de mim, ser meu também e fazer de tudo pra gente dar certo. Eu largaria minhas certezas e iria incerta e absurdamente feliz pros teus braços, pra ficar, pra tentar. 

Tô com um cara que sabe do meu valor, enquanto eu espero que um dia você descubra também. Não é justo, eu sei, mas é seguro. Seus olhos me contam tudo que você insiste em me esconder, não dizer, luta pra não sentir. Então de que adianta esses bloqueios, viver recuando e louco pra avançar? Pra que escolher viver nessa indecisão, montar tua casa em cima do muro, se eu escolho você e, no fundo, você sabe que já me escolheu também? 

Permaneço aqui, entediada com alguém que só quer me fazer sorrir e sorrindo sempre que você aparece, sem saber ao certo o que quer de mim. E depois vai embora, não sabendo gostar, não sabendo ficar, esperando crescer um pouco mais. Mas se você me pedisse, eu juro que te ensinava. Na teoria, na prática, no meu colo. É só você pedir.

- Marcella Fernanda.

sábado, 20 de abril de 2013

Cansada.



Não sou complicada, sou cansada. E só quem chega nesse mesmo estado, sabe detectar de longe a diferença. Quanto mais o tempo passa, mais agrava minha situação. Se fosse em outra época, se fosse antes de todo o sangue derramado, eu me jogaria, sem pensar duas vezes. Sem verificar se é seguro, se tem alguém ou algo pra me segurar.

O chão nunca me impediu de nada, até que a vida fincou meus pés nele e acabou com a minha brincadeira de voar, viver nas nuvens. Ainda tenho em mim sonhos do tamanho do mundo e um amor maior que eu. Não morri, só me poupo. Porque tudo meu é grande demais e as pessoas são tão pequenas. Então me poupo. De todo esse pouco que as pessoas insistem em me oferecer. 

Antes, ah, bastava eu querer e ponto, eu virava tudo de cabeça pra baixo pra fazer acontecer. E acabava de estômago embrulhado e só, porque tudo sempre teve tempo contado e eu queria tudo sem fim. Agora, mais do que qualquer vontade, o outro tem que merecer. E muito, qualquer esforço meu, qualquer tentativa ou quase isso. Aceitei, me conformei com o fim, que me persegue, mas sob uma condição: Quem determina o tempo sou eu.

- Marcella Fernanda.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Sou Dele.



Ele me perdeu, mas de certa maneira ainda sou dele. Sou dele porque nunca vou gostar de outro cara como gostei dele. Sou dele porque depositei todas as esperanças que eu tinha no amor em nós dois. Sou dele porque mesmo o odiando, é ele que eu amo. 

Mesmo não sendo nada do que eu pedi, mesmo sendo um canalha e totalmente imprestável, é ele. Foi ele que fez o meu coração palpitar de maneiras diferentes. Foi ele que eu deixei tirar os meus pés do chão e, juro, que com ele eu não tinha medo de cair. 

Mesmo que a gente não tenha mais nada a ver, mesmo sabendo que nós não vamos ficar juntos, eu sou dele. Sou dele como nunca fui de outro cara antes, e nunca vou ser. Fui dele porque eu amei aquele idiota. E amor é só uma vez. 

Talvez lá na frente eu goste muito de outra pessoa, mas dele eu não vou esquecer. Eu nunca vou esquecer onde escolhemos morar e os nomes que chegamos a escolher pros nossos filhos. Nomes esses que eu nunca vou usar. Ele me perdeu, de todas as maneiras possíveis. Mas de certa maneira ainda sou dele.

- Autor Desconhecido, Adaptado.                                                                           Foto: Blair e Chuck - Gossip Girl.

Amores Falidos e Casos Breves.


Eu acho que não suporto uma nova história. Só isso, tudo isso. Mais uma tentativa em vão, Deus me livre. Todas as minhas amigas tiveram alguns poucos casos breves e um amor clássico, desses que faz a gente sofrer por anos. E eu aqui, colecionando relacionamentos falidos como quem monta um álbum inútil de figurinhas. Compro um novo pacote, esperando novidade, alguma especial e só consigo repetida. 

Parei. Cansei. E dessa vez não vou me desculpar pelas minhas partidas, porque eu não consigo ser meia presença, me doar quinze por cento, amar um pouquinho e deviam me agradecer por isso, aliás. Não vou me sentir culpada pelo desapego, por ficar só por ficar com um carinha sem graça que me chama de amor, mas nem me liga. Tudo bem, porque eu ando com preguiça de ligações, que ligam as vozes e nada mais. Quero ligação de alma, de destino, de vida. Quero todos os detalhes que ninguém nunca conseguiu me dar, preocupados em impressionar ou suprir necessidades que nunca foram necessárias. 

Até você, o de sempre, já não me desatina e eu não sei te responder quando você pergunta se eu te amo. Mas sou sincera quando digo que não vejo futuro numa história que, de tanto que eu tentei matar e enterrar, perdeu a cor. E se alguém não me vira do avesso, não me faz ter certeza de que absolutamente tudo vale a pena por nós, a única certeza que eu tenho é de que não é amor. Porque essa sou eu! Ou eu me jogo, ou vou embora, se eu paro pra perguntar se vale o risco ou a dor, no fundo eu sei que não vale. 

Sei absolutamente tudo que eu não quero, de trás pra frente, mas o que eu quero talvez seja tão simples, que eu nem sei explicar. Um dia desses eu tava no ônibus e ouvi um rapaz conversando com o amigo “Tô muito cansado, morto mesmo, vou chegar em casa, tomar um banho, ligar pra minha namorada e dormir.” Acho que é isso, entende? Comigo eles se cansam, tomam um banho e dormem. É isso que eu quero: Ficar pra agora, pra ontem e não mais pra depois.

- Marcella Fernanda.

Escolhi.


Me descobri bem menos generosa do que poderia ser, e escolhi melhorar neste quesito. Percebi que nos últimos anos tenho chorado demais por coisas que não precisam ou não merecem que eu chore ou sofra, e escolhi evitar que novas lágrimas escorram. 

Descobri que eu não posso mudar a cor dos meus olhos, mas posso escolher mudar as cores que vejo no mundo. E entre as pequenas rugas no rosto que o tempo escolheu me dar, pude notar os sorrisos que eu mesma escolhi. 

Hoje, o tempo me escolheu mais velha. E eu me escolhi menos séria e menos triste.

- Camila Heloíse.

sábado, 13 de abril de 2013

Era Um Amor.


Era um amor com cheiro de chocolate, com beleza de flor e preguiça de domingo. Tinha umas manias rotineiras, uns sorrisos bobos e uma porta entreaberta. Ele amava as tardes chuvosas e os abraços demorados das despedidas. 

Um amor leve, cheio de sonhos, bom humor e saudade na voz ao telefone. Foi um amor doce, meio apimentado de ciúmes, mas sensato em tudo o que fazia. Queria ser o primeiro a ser lembrado e o único a dividir a cama. Sonhou viver (e viveu) em porta-retratos, conhecer o entrelaçar de outra mão nas suas, desejar o mesmo céu. 

Mas foi como pôde. Foram páginas e mais páginas do livro da vida recontada, rascunhos na escrivaninha esperando que o vento o levasse embora para lugar algum.

Hoje é uma saudade carrasca e inconveniente, algumas palavras presas e algum horizonte perdido. E, se pode dizer que é falta, pode afirmar também que foi vida, bem vivda (diga-se de passagem), mas como acontece com milhões de sentimentos que moram em diversas pessoas, teve seu auge, seu ponto forte.

Hoje o que ele encontra é uma porta fechada.


- Aryane Silva.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Prefiro.


Eu prefiro ficar aqui, quietinha, sorrir para quem merece, ser feliz sem fazer alarde. Gosto de pousar meu olhar na vida e viver de sonhos bobos e esperanças coloridas. Lembrar de pessoas e achar graça de como a vida muda, mesmo que a gente não queira. Admirar as voltas que o mundo dá e sentir que a justiça sempre brota de algum lugar. 

- Aryane Silva.

Escrever: Abrigo dos Desesperados.


Que medo do mundo, da vida, da fraqueza que exala em casa. Que medo do escuro, das sombras, do vazio que habita a sala. Meu bem, já não faz tão bem assim, essa história de esquecer em mim, as coisas que eram tuas. E quem vier depois, fica com as sobras do desamor? 

O café já não me causa efeito, os discos já não me influem mais e as palavras inspiram solidão. Não volta, me solta, esquece meu caos e os desajeitos que esbanjo nos olhos. Tudo vai bem, se você não vem, o paiero já tem meu gosto, meu rosto, meus sintomas. 

A saudade já não me invade e o amanhã já não me apavora. No meio de tanta bagunça, eu descobri que escrever é o abrigo dos desesperados.

- O Moço e o Ócio.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Era.



Era saudade. Era a vontade de estar perto. Era a certeza de que não daria certo. Era a insegurança que não mais me deixava confiar em você. Era amor. Era paixão. Era necessidade. Era tudo e ao mesmo tempo não foi nada.

- Marcely Pieroni Gastaldi.

sábado, 6 de abril de 2013

James Morrison.


Esse noite eu sonhei com James Morrison. Lembrei de você. Lembrei do fone compartilhado para ouvir a música junto. Lembrei de um verso de nossa música preferida ao final de um e-mail. Lembrei do inglês errado cantado na viagem de volta pra casa. Lembrei de uma promessa de companhia para ir a um show, caso ele viesse. Lembrei de uma música que te representava e que eu escutei catorze vezes na volta do trabalho.

Lembro. De muita coisa. Até do que não devia. De uma pessoa que minha mente não precisa mais ter o trabalho de reviver. Calma, não é mágoa. É só um comentário. Tristezinha à toa.

Então, para fracionar a coisa que tomou uma proporção maior do que eu imaginava, digo ao meu interior todos os dias como mantra: segure tua onda, mulher! Essa dor será tão breve quanto o tamanho da própria palavra.

- Aryane Silva.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Não Sei Guardar.


Um dos meus grandes defeitos é questionar tudo o tempo inteiro. Mesmo que seja mentalmente. Deve ser essa a explicação para meu cansaço extremo quando o sol começa a ir embora. É sempre assim: o sol vai saindo, de fininho, alegre. A noite vem, tímida, acanhada. Junto com ela, um cansaço impera. 

Meu lado decidido sempre fala mais alto. Sei o que quero, estou ciente dos meus desejos, entendo que preciso aproveitar o que a vida me dá. Não sei ser vou-não-vou, talvez, isso-ou-aquilo. Eu quero isso, eu vou, é agora. 

Não consigo deixar pra depois uma coisa entalada, não espero a hora certa, nunca sei quando é um bom momento. Acho que a vida é muito breve pra deixar pra amanhã um pedido de desculpa, um abraço, um eu te amo, uma risada solta, uma calça apertada. Não vale a pena tentar afogar emoções que querem sair nadando por aí.

A verdade é que eu não sei guardar meus sentimentos e sensações dentro do bolso e viver como se nada estivesse acontecendo. Não consigo disfarçar, tampouco fingir que não ligo. Acho que a gente deve minimizar a chance do arrependimento, por isso falo que amo, falo que fiquei puta, falo que quero, falo que não gosto, eu falo.

Não acho que tudo deva ser dito. Mas acredito que certas coisas não podem passar em branco, elas precisam de um espaço no mundo e esse espaço só surge através da fala, da escrita, do ato de colocar pra fora. Tem coisas que não podem ficar guardadas, elas nasceram para deixar o mundo mais humano.

Prefiro não guardar o que sinto pra não me arrepender. Eu não quero me arrepender das coisas. É claro que não concordo com tudo que fiz e vivi, é lógico que tenho coisas que prefiro deixar num canto qualquer, mas eu não quero me arrepender, não quero aquela ânsia de vômito, aquele enjoo chato que acontece quando a gente come o que não faz bem. Prefiro vomitar tudo, por mais nojento que seja.

Não guardo mágoa, rancor, nojo. Um sentimento guardado vai criando uma bola dentro do corpo. E ela vai aumentando com o tempo. Se torna dura, estranha, sombria. Essas coisas dão câncer. Ressentimento estraga a gente. O corpo e a alma. Tira o brilho dos olhos, dá um tom triste, acaba com tudo.

Existem jeitos e jeitos de dizer as coisas. Não dá pra abrir a boca e despejar palavras. Elas precisam se alinhar, uma tem que segurar a mão da outra, fazer um carinho, prestar atenção, conversar. Elas precisam dançar e sair da boca com leveza. Dizer tudo que pensa de uma forma agressiva não é motivo de orgulho. Acho, inclusive, vergonha. 

Sinceridade não é grosseria, muito menos falta de educação. Sinceridade é ser fiel ao que você sente e passar isso para o outro da melhor e mais bonita forma possível. Caso a emoção seja violenta, sinceridade é ser fiel ao que você sente e passar isso para o outro sem a intenção de magoar ou ferir. Sinceridade não é dizer o que pensa, mas cantar o que sente. Simples assim.

Carta Pra Quem Foi Embora.


Você acha mesmo bonito ir embora por aquela porta usando essa mentira ridícula de que “é um homem que não sabe amar”? Seria menos feio se você inventasse que ama outra.
Eu te senti, Fernando. Em cada gesto, pele com pele, sexo e olhar. Você me amou. Você ama. Admite Fernando: você consegue amar. Você tem um fundo humano e sincero. Nele mora o seu lado doce, amigável e muito, mas muito menos cínico que essa pessoa cheia de armaduras que as pessoas conhecem.


Que feio todo esse discurso pronto, previamente ensaiado como se fôssemos uma peça de teatro tosca. Você tem um coração. Queria saber quem é essa pessoa que decorou todas as palavras certas para terminar comigo. Essa pessoa não era você. Ou será que você nunca gostou? Ou será que você nunca sentiu? Pode ter sido, em algum momento.

Quando escrevo isso, me sinto confusa. Como naquela parte da novela, que a mocinha descobre que foi enganada o tempo todo. É estranho e dói, porque em algum lugar sinto que existia amor.

Entenda a prepotência, Fernando, mas nós fazíamos um bom casal. Me diz, que mulher teria a paciência que tive? E mesmo assim, amar plenamente, sorrir com sinceridade – mesmo que em algumas noites, com lágrima nos olhos – e dizer com o maior orgulho do mundo que é feliz com o homem que tem ao seu lado? É preciso muito amor. Você sabe que é.

Você também disse que era melhor pararmos por aí porque você tinha que focar em outras coisas, que por aí vinham tempos difíceis e que no nosso caso, era tão legal nosso namoro, que era disso pra noivado, casamento, filhos… Você pode ter falado isso só para me confortar. Para eu não perder a esperança em ser essa mulher guerreira que sou. Mas será? Eu também concordo com você que mereceríamos um relacionamento linear, distante de toda confusão do dia-a-dia que enfrentamos por gostar demais de viver. No fundo, você sabia que ali, sentado na minha cama, nos apagava e isso não tinha mais volta. Mas não acredito que esse ou outras três desculpas sejam motivos plausíveis. Continuaria sendo melhor que você inventasse que conheceu alguém mais interessante. Ou que estava fazendo sexo com a sua secretária.

Ah, mas de que importa? Talvez eu seja tola por não acreditar em nada que você disse e você simplesmente não ter gostado tanto assim. Meu cérebro grita em negação quando escrevo isso.

Se eu acreditasse que você não me ama, que nós não fomos um casal mais legal e impossível do mundo, aí sim, seguiria em frente com a sensação de missão cumprida. Por enquanto, Fernando, meu coração nem queria porque desgasta demais, mas ele é seu. Você saiu por aquela porta. Agora vai.

P.S: você vai amar outra mulher novamente um dia. E certamente não serei eu. Mas, por favor, não seja incoerente em aparecer na minha vida depois que eu encontrar outro homem ou souber pelo Henrique que estou feliz. Entenda: nós somos para agora.

- Marcella Brafman.

terça-feira, 2 de abril de 2013

O Que Preciso.


Eu preciso de um dia azul, uma Coca bem gelada, uma fatia de pizza fria e um “Te Devoro” tocando no Ipod. Preciso de cartas antigas para reler, uma cama macia para deitar e ler Hemingway até o sono me tomar de sola. Preciso de alegria, gargalhadas bestas, sorrisos ao “seu Manel” da padaria, abraços apertadinhos e espaços preenchidos com muito amor. Não preciso de muito, preciso? Nada é tão “ão” quando se trata de amar a vida que se ganhou de presente.


- Aryane Silva.